A aurora chega e encanta o dia... Chego a pensar que é ela uma ponte entre nossa dura realidade e a beleza dos sonhos azuis. Escutando o ruflar dos álamos, sento o calor amoroso da minha pequena Luinha: nos meus braços, sonha... Teima e persiste, dormindo...Suspira, dengosa... Assim, ouvimos o alvorecer na melodia singela dos pássaros vadios que se alegram e alegram no verdejar da esperança...
Um novo dia!...
Nele, encontrarei a vida: riso e lágrima; cais e ninho... entre o voo e mar que mergulha no horizonte, sedento de ondear entre estrelas nos confins da imensidão...
Viver é lutar... Resistir, reinventar-se... Semear o novo no chão ávido, que saudoso é sempre um tapete de folhas secas, ornamentando a espera da primavera...
Muitos param de lutar... Desanimam... Descreem... No vazio, vegetam...
A esperança não é fruto caído da árvore das ilusões; é fatia de sonhos... Vida na ousadia germinativa do novo; malabarismo metamorfoseante do próprio infinito...
Sem esperança, vivemos acorrentados no fatalismo e na negação...
Sem sonhos, o mundo acinzenta-se e descolorido é o tédio da mesmice.
Florescer entre pedras... Voar com loucura de ir pela vida enluarado de paixão... Eis a magia que enfeitiça o mundo, rompe o tempo e materializa nas fissuras do hoje as floradas do amanhã.
Utopia? Santa Utopia!!!
O que seria de nós, se escutássemos a voz do morro que resistência e poesia...
Um novo dia!!!
Um novo momento no caminho... Podemos mudar e aprender a viver, semeando sonhos e alegria na coragem do amor, nos atrevimentos da liberdade, no aconchego carinhoso das belas amizades...
Temos tanto, mas somos, muitas vezes, vidas negadas, vidas contraídas, vidas trituradas...
Ousemos viver, cantando... Pois, o sol nascerá...
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