Jorge Bichuetti
Não temo os espinhos;
pois, se cortam... não matam,
tão-somente, geram na vida
u'a louca transmutação:
meu sangue tímido ousa,
colorindo de vermelho
as rosas, os sonhos e as
adormecidas estrelas
que grávidas pulsam
nos poros da pele viva
dos corações peregrinos,
nômades e sonhadores,
que no caminho não impedem
os voos do coração...
A ROSA
Jorge Bichuetti
Ante o corpo caído,
sonho fuzilado nas lágrimas
que inundam a vida,
quero rosas, cantoria,
quero meu povo na rua...
Não quero este torpe silêncio,
nem esta vil apatia... vida indigente
que alienada a morte consente,
olvidando inclemente
a poesia da liberdade
que no horizonte é a fúria
da mãe gentil, Terra Nossa,
mulher-deusa, indignada,
que vê no mundo teus filhos
crucificados nas esquinas,
nas cirandas de neon
da injustiça glorificada...
Quero rosas... quero sonhos...
A vida quero na alegria
de um mundo novo tecido
pelas guerrilheiras Rosas,
que são velas acendidas
no portal do amanhã...
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