sábado, 11 de junho de 2011

DIÁRIO DE BORDO: UMA NOVA SUAVIDADE...

                                     Jorge Bichuetti

Mansidão. Madrugada serena e silenciosa... Ausculta as vozes da vida. De longe, me chegam ecos ressonantes da juventude indignada na Espanha com seus sonhos de liberdade e paz... escuto os grito indígena no Xingu, temendo a ganância do capital e o fim das florestas, nossa verde germinal... Escuto as vozes da vida.
A Lua quis hoje ver o quintal; tremendo com o frio a aqueci no meu caloroso abraço e lhe cantei Duerme negrito... Me olhou como se imaginasse que nossos amigos do Uruguai e da Argentina estivessem chegando... Eles a mimam  muitíssimo. Não expliquei que somos latinoamericanos, nossa nacionalidade; e amigos dos povos do mundo...Os álamos bailaram como se altivos vissem além das fronteiras... Me despedi. pois, hoje é dia de Universidade Popular: a educação em movimento nos caminhos da Libertação. Uma utopia ativa...
Estarão conosco hoje o Cacique Edson e o grupo Andairá... Os amigos da Central dos Movimentos Populares do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba... Nossas tribos... Nossa povo; nossa gente...
E iremos nos reunir na periferia, onde dia menino, descobri e assumi os sonhos de libertação... meu devir povo oprimido; sonho e luta de todos dias da minha vida...
Só hoje narro o dialogo com Juvenal Arduini na emoção viva da partilha da nossa já longa caminhada. Nesta segunda, visitando-o, perguntei-lhe: o que deveria fazer para que a Upop_JA conseguisse caminhar libertária?... Olhou-me com carinho e coma voz frágil, porém, , respondeu-me: a ternura solidifica um coletivo dando-lhe forças para aa agruras da caminhada de   solidariedade e luta...
E aqui, amigos, estou, novamente, lutando com minhas idiossincrasias para  encontrar na vida o devir ternura... uma nova suavidade... uma mansuetude, uma afabilidade, um ser acolhimento numa serena amorosidade.
Nossa mundo não é terno; nosso mundo tem estado hostil, violento e excludente...
Todavia, na vida pessoal e no caminho das coletividades, a ternura é a potência que faz o guerreiro passar das guerras de morte para a luta aguerrida pela vida.
Frustrações, desentendimentos. divisões... fraturas e separações: ocorrem pela teimosia dos nossos egos que evitam viver e con-viver orvalhados de ternura...
A ternura acolhe, agrega, seduz... A ternura supera diferenças, cria compreensão e assim produz inclusão.
A ternura nos leva a sentir, assumir e viver a dor do outro como dor nosso, dor da humanidade...
A ternura nos induz a aceitar o outro na sua singularidade. Mobiliza no ser humano a capacidade de convivência harmoniosa com os limites e defeitos de todos; inventando caminhos de auto-superação e crescimento e desmonta os juízos paranóicos de condenação, marginalização, estigmatização e exclusão.
A ternura é força anti-bullyng; anti-segracionismos; anti-discriminação...
Ela é a matriz do verdadeiro amor solidário.
Por ela, clama o mundo... A vida para se eternizar vida de potência e alegria necessita que corroemos a insensibilidade; e transitemos da violência institucinalizada para uma nova de vida, vida de uma nova suavidade...


4 comentários:

Preludios do Infinito Particular disse...

Nem Cameron, nem avatares, nem o desmatamento, nem mortes e tristezas comovem mais que o poder. O poder é sim comovente. Isso desde as guilhotinas da França, mesmo após o 14 de julho 1789, da queda da Bastilha. a guilhotina sempre fez rolar cabeças, e rolam até hoje. O poder tem essa forma sutil de apagar cultura, nomes de políticos e interesses para o progresso do capitalismo. Devemos acompanhar freneticamente, deixando de lado todos os valores postos em risco. Histórias estão aí aos montes, algumas tão evidentes que somente o mal de Hitler poderia subjulgar o poder, menosprezando-o e esmagando-o sobre o manto da crueldade e da estratégia politica. O povo indígena não tem nada para comemorar, senão uma civilização da qual eles não querem se juntar. Eles continuaram e vão manter-se unidos até que nada restem de suas memórias além dos rituais de seus mortos. Nada pode detê-los. Eles são a única verdade do Brasil. Abraço com afeto e sentido Dr. Jorge. Lou Moonrise.

Jorge Bichuetti - Utopia Ativa disse...

Lou: estive ontem no trabalho da universidade popular e sinto que deveria haver um caminho que vocês pudessem desfrutar e cooperar; pois, me sinto frágil... abraços com carinho; jorge

augusta carlos disse...

QUERIDO JORGE, AO LE-LO SINTO O PULSAR DA ENERGIA QUE EMANA DE SUA AMIZADE SINCERA E DE SUAS BEM-AVENTURAÇAS. MEU AMIGO, FOMOS INICIADOS JUNTOS NA VIDA DOS CORREDORES E ASSIM PROSSEGUIMOS COM AMOR ARDENDTE, PERSISTENTE, INSURGENTE RECEBENDO E COMPARTILHANDO VIDA. AOS MESTRES DO CAMINHO NOSSO RECONHECIMENTO E AMOR ETERNO. OBRIGADA POR ESTAR CONOSCO NO CAMINHO DE LIBERTAÇÃO.
COM AMOR
AUGUSTA

Jorge Bichuetti - Utopia Ativa disse...

Augusta: tudo foi lindo - do hino nacional em tupi-guarani a nossa homenagem a Franca e a turma da creche... As aulas, a vida: somos irmãos guerreiros da caminhada. Seguiremos; vamos nos reunir para ver o futuro... Caminharemos com fé e sonhos belos e ternos: meu carinhoso abraço, jorge