Se decidimos amar, longe do abismo das lágrimas asfixiantes, urge desvincular o desejo de amar do desejo de ser amado.
O ato de amar é mecanismo de expansão, brilho e encantamento da subjetividade; já a volúpia de ser amado nos leva a existir movido pela carência, pela condição de espelho sem brilho próprio que tão-somente vive de refletir o brilho alheio e pelo retraimento passivo... vida-estagnada numa eterna espera.
Amar é a posição ativa do guerreiro, um caçador na floresta de encantos e magia da humanidade... Corpo-poesia.
Focar-se apenas no ser amado é a passividade da caça, vulnerabilidade de presa seduzida pelos olhares do predador.
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Amor é a magia do encontro; a poesia da vida partilhada...
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O ciúme funciona como uma camada de poeira que embasa o brilho do amor. Agente de indução da alergia instintiva; pois, é asmatogênico: sufoca, asfixia.
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A paixão é fogueira. Lua cheia na noite; eclipse mental no dia. Necessita-se saber andar e voar no escuro para adminstrá-la...
Senão, ela torna-se travessuras no ar num voraz e veloz trapézio sem rede de proteção.
O êxtase dos rodopios no ar é inebriante.
O chão, duro: pedra, pedreira...
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Quem no amor triangula nunca aprende a amar; amor não é competição, nem jogo de azar...
É um dar-se e um cuidar...
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A paixão alucina; o amor é orvalho, serenidade...
Pode com a paixão quem já venceu seus demónios íntimos; para que, então, consigo somente alucinações paradíacas.
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No riacho do amor, a correnteza da paixão exige a presença, interna e externa, do socorro emergente dos salva-vidas.
Quem no amor se isola...
Quem não cultiva outros encantos...
Quem não vive com intensidade suas amizades...
É corpo indefeso nas cachoeiras do destino.
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Entre o chão de pedras e o céu de estrelas, há o ar... Viver é saber...
Entre pedras, florir...
Entre estrelas, enluarar-se...
No vazio e no vento, borboletear...
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Amar é uma prece visceral. E a pele, u'a catedral...
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O amor transforma o ser humano em deus: fisiologia cósmica; poesia estelar...
6 comentários:
Andava com saudades de te ler, plena de vivencias com o encontro com os escritores brasileiros que chegaram a Compostela no domingo e já saíram agora a caminho do Porto, Portugal, foi um encontro para nunca esquecer... agora regresso aqui te ler, encontro tudo tao novo e à vez tao familiar para mim... Deixo meu acróstico que acha dialoga bem com estes teus pensamentos de alma e pele.
AMOR
Asas de ama a voar
Mente em queda livre
Ondas de sentir em ti
Renascer os Deuses
Concha Rousia
concha: saudades e presença continuada no afetoe na ternura que se renova sempre. Fico felis que tenham tido um grande encontro... Aqui, a Universidade Popular foi linda: com índios ee todos que excluídos lutam, e a juventude guerreira.
O amor; hoje - ontem havia trabalhado a liberdade...
Abraços com carinho, jorge
Sim... foi muitobom, já contaremos... e agora vejo que há uma gralha ai no meu acróstico, tanto faz, mas para o record rsss é
AMOR
Asas da alma a voar
Mente em queda livre
Ondas de sentir em ti
Renascer os Deuses
Concha Rousia
Recanto das letras 4,2,2010
Abraços com ternura, Concha
CONCHA: QUE BELO É VIVER A ARTE E A VIDA DE CRIAR COM AMIGOS... JÁ TROCO AS PALAVRAS... POIS PUBLIQUEI. ABRAÇOS TERNOS, JORGE
sem palavras lindo demais...A paixão é morte lenta,acontece rápido da mesma velocidade que acaba deixando marcas que o tempo não apaga.
Rosi, e o amor é vitalloizante e energizante: vida plena. Abraços ternos, jorge
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