JORGE BICHUETTI
" Você sabe o que ter um amor, meu senhor,
ter loucuras por uma mulher e depois, encontrar
este amor, meu senhor, nos braços de um tipo qualquer..."
A canção retrata a dor amorosa que invade o coração quando este se vê trocado por outro; e, aí, a problemática do ciúme ganha complexidade...
Posse? Simbiose? Frustração edípica? Luto? Perda? Incompletude? Vazio? Ódio?...
Quantas perguntas, quantos sentimentos: possivelmente, sentimos um pouco de tudo e o nada, nos rondando como um abismo sedutor.
O amor envolve a construção de um vínculo e um repertório de conduta que é nossa rotina-história amorosa.
Toda perda vincula-se a uma crise: produto ou produtor.
Inegavelmente, sofremos...
O ciúme é a insegurança de pertença do vínculo: fidelidade, lealdade, traição...
Se a nossa construção amorosa é edípica, é inerente a ela o próprio ciúme, pois se baseia na falta, na castração e num terceiro excluído. Então, usamos de vigilância, controle, possessividade e exclusividade, para evitar esta insegurança ciumenta básica que faz parte da própria estrutura daquele amor.
Contudo, não parece justo depositar no édipo todo origem do ciúme.
Se amamos e construimos o amor, mesmo , assim, teríamos que ser onipotentes para não temer o fracasso deste investimento de vida.
A diferença é que sabemos que nada nos pode assegurar uma garantia prévia, devemos construir-lo como um bom encontro e uma paixão alegre, e evitar o esvaziamento de nossa vida e de nossos projetos para que não nos vejamos inesperadamente dependentes do outro.
Toda perda envolve um luto e nele: culpa, agressividade, sentimento de esvaziamos pelas projeções excessivas no outro... O luto passa com a nossa retomada de vida que caminha, relaciona, sonha, constrói...
Inclusive, a tristeza peculiar - paixões tristes - é um motor que nos movimenta em busca de novas alegrias.
Se aceitamos a finitude dos processos lidamos melhor e nos sentimos mais fortes...
E cantamos, cheio de energia" começar de novo, só contar comigo, vai valer a pena, ter amanhecido"...
quinta-feira, 14 de outubro de 2010
Assinar:
Postar comentários (Atom)
9 comentários:
Sumi porque só faço besteira em sua presença, fico mudo
quando deveria verbalizar, digo um absurdo atrás do outro quando
melhor seria silenciar, faço brincadeiras de mau gosto e sofro
antes, durante e depois de te encontrar.
Sumi porque não há futuro, e isso não é o mais difícil de
lidar, pior é não ter presente e o passado ser mais fluido que o ar.
Sumi porque não há o que se possa resgatar, meu sumiço é
covarde mas atento, meio fajuto meio autêntico, sumi porque
sumir é um jogo de paciência, ausentar-se é risco e sapiência,
pareço desinteressado, mas sumi para estar para sempre do seu
lado, a saudade fará mais por nós dois que nosso amor e sua
desajeitada e irrefletida permanência.
Martha Medeiros
Sábia reflexão.
Ir e deixar ir, também como forma de amor e continuar amando. E parafraseando Marta: a saudade fará mais por nós dois, que nosso temor pelo fracasso...
bjs Jorgito, saudade, samara.
samara, saudades!... você me deixa na rua deserta quando atravessa e não olha pra tráss... O ciúme paralisa, mas, também ativa mecanismos de sobrevivência e seguimos: outros olhares, outros cantares... Um novo amor dsativa as fforças paralisantes do ciúme. beijos jorge
Chorando e Cantando
Quando Fevereiro chegar
Saudade já não mata a gente
A chama continua
No ar
O fogo vai deixar semente
A gente ri a gente chora
a gente chora
Fazendo a noite parecer um dia
Faz mais
Depois faz acordar cantando
Pra fazer e acontecer...
Geraldo Azevedo
Samara, a saudade não mata... fortalece; e nos faz desejar o alvorecer de um novo/mesmo amor. jorge, com carinho
Sim, Jorgito!!!
Nos faz desejar o alvorecer de novos amores...
Nos faz acordar cantando, pra fazer e acontecer...
Novo Amanhecer
Eu jogo estrelas em cada noite escura
E na garganta ponho sempre uma canção
Nas auroras do meu peito há só ternura
A cada riso de um amigo eu dou a mão
Entre as pedras do caminho eu planto flores
E faço luz se se faz escurecer
Sonho bonança, vivo esperança
O sol se abrindo para um novo amanhecer
O amor há de brotar, há de vingar e florescer
A paz há de reinar, há de espalhar o bem-querer
O mundo mudará, nós temos que convir
É só viver pro amanhã que há de vir
“Em nome do pai de todos os povos, Maíra de tudo, excelso Tupã.
Em nome do filho que a todos os homens nos faz ser irmãos
No sangue mesclado com todos os sangues
Em nome da aliança da libertação
Em nome da luz de toda a cultura
Em nome do amor que está em todo o amor
Em nome da terra sem males, perdida no lucro, ganhada na dor
Em nome da morte vencida, em nome da vida, cantamos Senhor!”
O amor há de brotar, há de vingar e florescer
A paz há de reinar, há de espalhar o bem-querer
O mundo mudará, nós temos que convir
É só viver pro amanhã que há de vir
Boldrin
Uma canção acolhe e dispara sonhos... O amor há de brotar... e será suave o trabalho de retirar os espinhos já que uma flor vale uma vida. abraços
samara, a canção que embaala nossas lutas eecaminhadas: obrigado de coração jorge
Uma canção acolhe e dispara sonhos... O amor há de brotar... e será suave o trabalho de retirar os espinhos já que uma flor vale uma vida. abraços
samara, a canção que embaala nossas lutas eecaminhadas: obrigado de coração jorge
Jorge,
O amor...
No momento em que vivo, penso no que é mais difícil, falar sobre o amor quando há ausência, quando se tem, ou quando não se quer o amor convencional.
Sinto que renunciar ao desejo para não ferir o ser humano,é sobre-humano.
Beijo carinhoso,
Marcia
márcia, sempre e mais f´´acil sonhar, e sonhar, semeando fagulhas de ternura que adubam os territórios do amar.
A poesia é a linguagem do amor, presente, ausente, esperado.... Todo amor fala nos acordes de um sonho poetizado na magia da arte. abraços jorge
Postar um comentário