JORGE BICHUETTI
O que estamos fazendo de nós? - sugere-nos esta pergunta o filósofo Foucault.
" O diabo não existe. Se existe, existe homem humano. Travessia." ( Guimarães Rosa)
Somos metamorfoseantes... Não somos acabados, permanentes e imutáveis.
E neste caminho de mudanças, urge reconhecermos o que fazemos de nós e de nossa vida.
Muitas vezes, vivemos o instituído e , então, nos situamos no pólo paranóico ( perseguidos, vítimizados, inseguros e com medo de novas idéias ou pessoas), nesta situação nossa vida é cinzenta e uma reprodução automática das expectativas dos outros e uma continua repetição do mesmo; já quando nos situamos no pólo esquizocriativo, somos dados às experimentações do novo, abertos à vida e a fabricamos na potência inventiva que quem vai instiuindo novos caminhos, novas experimentações e novos sonhos...
Como vivemos? Nos engajamos buscando com audácia e prudência a realização dos nossos desejos,; nos engajamos via solidariedade e luta e criamos vínculos de amizade e solidarieade com o outro, com a vida e com a natureza? Alienados, nos encapsulamos e fabricamos uma vida solitária ainda que na multidão.
Efetuaamos numa posição guerreira a luta pela superação de nossos problemas e limites ou nos acovardamos, esperando omilagre do destino?
O que temos feito em benefício da atualização efetiva dos nossos sonhos?
Viver é resistir... e se tudo muda, podemos mudar plenificando nossos desejos e os realizando ativamente comoexercício diário da nossa vontade de potência...
Somos iguais? Ou nos permitimos vivenciar a eclosão da nossa singularidade, da nossa multiplicidade e dos nossos devires.
Buscamos a alegria? Simplificamos nosso modo de existir baixando o quantum de frustrações através da diminuição das nossas expectativas onipotente e narcísicas?
Só é forte quem acolhe com carinho e compreensão sua própria fragilidade...
Perdoamos e nos perdoamos ou reproduzimos a cultura da culpa e do ressentimento?
Somos livres.... Usufruimos da nossa liberdade ou seguimos o rebanho rumo ao matadouro?
Amamos? Cantamos? Sorrimos? Choramos? Sonhamos? ou reprimimos nossa humanidade e seguimos folha perdida nas correntezas do vento do destino?
Para examinar melhor, concluamos que nossa vida pode e deve ser constituída por aquilo que sendo nosso próprio desejo-sonho o viveríamos ainda que tivéssemos que carregá-lo por mil vidas...
quinta-feira, 28 de outubro de 2010
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