CHE
JORGE BICHUETTI
Uma ternura guerreira,
uma estrela indomável...
Belo homem generoso,
um farol iluminado...
Quanta falta! Quanta
presença... Uma esperança treloucada.
Tua morte orvalhou
e a flor do sonho,
da luta e da resistência,
nasceu e vive, agora,
nas ondas da eternidade.
ESTRADEIRO
JORGE BICHUETTI
( para Monsenhor Juvenal Arduini, corpo-vida dos direitos humanos)
Já desejei um casebre,
uma cazinha branca no monte
e um rancho no meio do rio...
Era um sonho de menino
que ocultava meus medos...
Medo de frio e chuva,
medo de onça e de gente...
Um medo que me cegava
e, assim, demorei encontrar-me
corajoso e entre sonhos,
catando fruto no mato,
banhando-me no temporal,
e seguindo pela vida,
com meu corpo e coração,
já feliz de ser e estar
nas entranhas das estradas.
Estradeiro, vivo e sonho,
andando pelos caminhos,
tendo a poeira levantada
e as estrelas encantadas,
dizendo-me, toda verdade:
o homem não é partida
nem se encontra na chegada,
o homem só nasce, cresce
e se descobre nas veredas da estrada.
UM CARINHO
JORGE BICHUETTI
O pão já não me faz falta,
nem a água mata minha sede...
O casaco já não protege minha pele,
nem o vinho aquece a minha alma...
Não quero ouro ou prata,
nem foto no jornal...
A vida desdobrou-se nua
e me roubou o meu manto
prateado de ilusões...
Agora, só desejo um carinho
onde eu possa aninhar
os meus sonhos de menino.
sábado, 9 de outubro de 2010
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