PODER
Em nosso mundo vende-se até mesmo a liberdade,
Não que ela exista de fato,
Pois a tornaram um direito.
Ópio das gerações que se sucedem e sucumbem;
A realidades vendidas sem que se as tenham;
A sonhos comprados sem que se os cultivem.
Gerações que nada representam
A não ser por sua capacidade de consumo.
Resignação passiva inconsciente,
Ideal para a sustentação da ordem ortodoxa.
Criador que foi engolido por sua criação,
O Homem escravizou-se à loucura de poder.
Poder que nunca se preenche,
Ganância que nunca se sacia.
Criou-se então, a liberdade,
Arma fatal para iludir e subjugar,
Fazer crer que a podemos conquistar.
Escravos da mão-de-obra livre,
Sem direito à vida digna,
Tem-se que comprá-la ou viver à margem,
Como cães vivendo de restos.
O Poder não quer aliados, mas heróis fabricados,
Mitificação manipulável,
Vendável na banca de revistas mais próxima,
ou em um simples "click" na internet.Dêem às gerações a esperança
E elas te seguirão aonde queira.
Liberdade e esperança:
Palavras-isca para qualquer modelo de Poder.
Só os puros as compreendem e as sabem.
Não nos palanques ou nas leis;
Não nas instituições ou igrejas.
As sabem dentro de si,
Lugar aonde não podem manipulá-las;
Não visível ou palpável, mas real porque solitário.
Só as coisas essenciais
Podem ser vividas na solidão.
Carlos Perez
(in "Tríplices Cordas do Destino" ed. Gandharva, 1996)
Carlos Perez, ecologista, música e lutador... Sonha e caminha, lutando pelo amanhecer de justiça e paz, solidaridade e inclusão social.
Articulista da VOZ DO CERRADO, CORPO DADO À MÃE TERRA...
É uma voz do outro mundo possível e necessário...
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