nascente voo solar,
no morro indigente
assim, do céu tão perto
que povo na mão de Deus
samba na romaria dos encantos
onde a fé toca o mar... que se põe a sonhar...
alegria humilde relva... com estrelas, o dom de brilhar...
jorge bichuetti
no oratório,
vela a flor na ave
aninhada por amor...
na vida,
o barco risca o
horizonte azul, terra
dos que sonham no canto
da flor singela, poesia e louvor -
a vida no cálix: polén e beija-flor...
jorge bichuetti
fruto no ventre da manhã,
flores no mar... a magia e
a sede de ir-se no amar e
assim novos sonhos parir
aves ninhos estrelas no ar
jorge bichuetti
Deus dá
brasis e brasileiros
doçura matreira na esquina
florescem tocas e quilombolas
um povo cordial na alegria de ser
a ternura na aurora, artimanha guerrilheira
a poesia da paixão na estrada o meio do céu
numa apoteose do amor entre o espinho e a flor...
jorge bichuetti
o ciúme é flecha
na garganta do rio
que a ave colhe a água
e a sede de viver o amor
co'a flor na correnteza do adeus...
o ciúme é um baú
na curva longa do rio
onde a ave vê suas asas
no lodo da margem no estio
co'a flor murcha pelo sol do adeus...
o adeus leva a luz e o movimento
a dança lança que se parte entre corpos
apartados - letargia tristonha, uivo da agonia
no silêncio do rio que já mergulhou no mar... e por lá ficou.
jorge bichuetti
ENTRE FLORES, SONHOS...
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