A NAU DOS MALDITOS
Paulo Cecílio
acabei de descobrir que sou um anjo.mau.
mau. destes que tem veneno no ferrão brasa na saliva.
sou um anjo moderno milenar.
uso métodos infernais .
faço fechar a conta essencial.
invento línguas novas pra enganar o bicho,
o diabo, deixá-lo desconsertado.
sei que fui poupado pra navegar mais um pouco
dar carona pra outros como eu
encher meu barco de miseráveis desesperados
doentes desfrangalhados com seus olhos molhados
me ajudando a velejar.
todos os malditos juntos
montados na caravela
tomando sol cheirando a peixe , mar e luz.
expelindo fel amargura até esvaziar o saco.
lavando as asas do veneno
ficando leves para voar de volta ao ninho
com a bussola que caiu do céu, do nosso lar.
4 comentários:
Eu, como o Paulo também... 'sei que fui poupado pra navegar mais um pouco' Adoro me meter em seus textos, gostaria de ter escrito este, Abraço para os dous, meus poetas queridos, com carinho, Concha
Concha: você e o Paulo escrevem desnudando nossa vida nas dores e ardores, um canto visceral da vida que movimenta nas pulsações da luta e do sonhar... Abraços com imenso carinho, minha eterna ternura, jorge
AMAR É PRECISO
ÁS VEZES COM
A PRECISÃO
DE UM ANJO
ÀS VEZES COM
A PRECISÃO
DA BORBOLETA
ÀS VEZES
É PRECISO QUE
O VENTO LEVE
ÀS VEZES
É PRECISO QUE
O VELHO VÁ
TODAS ÀS VEZES,
TANTAS VEZES
QUANTAS VEZES...
FOR PRECISO
PARA SEMPRE E NUNCA
DEIXAR DE AMAR
sumaia, belo poema: o amor é o barco que segue ondeando...mas, nunca deixando de se encantar com o horizonte azul. Paz e alegria, jorge
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