E se em um breve momento o mundo todo parasse de falar
De contar seus feitos épicos
De chorar seus amores egoístas
De buscar filosofias vãs na auto-ajuda
E olhássemos uns para os outros
Perdoássemos o pecado do outro
Perdoássemos nossos próprios pecados
Víssemos no céu rubro de fim de tarde
Paz e luz como uma inédita melodia
Então não doeria tanto viver
A face malicenta do ignorante
Não mais carregaria o peso do erro
Mas a compaixão pelo que tem fome
A fome de amor
A fome de comida
A fome de esperança
A fome de não sentir mais dor
E então buscássemos ver que o que nos move
Se perde em meio ao tufão de pura insegurança
Tornando-nos uma máquina dura de guerra
Por um viver sem razão
A desrazão que obnubila
A desrazão que olha para si
A desrazão que vê no ego
O amor edípico de um paraíso triste
Ao pararmos em um breve momento
Guerras cessariam
Daríamos as mãos
Ergueríamos um novo mundo
Mundo maduro e consciente
Das dores que viveu e do que quer plantar
Mãos guerreiras voltadas a uma nova era
De mais plenitude e esforços aproveitados
Gozar então de uma paz poucas vezes sentida
Que dê mais sentido nos atos que incorremos
Que nos torne assim: fortes
Que nos leve ao além do humano
2 comentários:
Belo texto .. profundo, que trafega entre a acidez e a transcendencia ...do encontro apaziguador das possibilidades da nossa humanidade ...pbens .... abçs
Adilson, vê como a vida é pródiga; nós caminhando com a nova geração... mirando o mesmo horizonte; abs ternos; jorge
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