quinta-feira, 7 de outubro de 2010

DIÁRIO DE BORDO: QUE MUNDO É ESTE?

                                                                                         JORGE BICHUETTI

Chove. Chuva serena. Silêncio no ar e na noite, só meu coração anda barulhento, assustado e indignado.
Todo dia, no quintal da minha casa, recolho um pássaro morto, um dos que nas madrugadas anteriores cantavam louvando a vida. Morrem, simplesmente, morrem... Não suporta a falta das matas e dos campos, a fogueira dos canaviais e a poluição pestilenta... E morrem, sedentos...Como se algum capataz cruel houvesse lhes dado vinagre ao ouvirem seus piados de agonia.
                                                               ***
Uma investigação da equipe de apoio nos presídios femininos uruguayos descobriram que 100 por cento das condenadas haviam sofrido abuso sexual na infância ou violência doméstica no seu dia-a-dia de adultas.
qual a porcentagem destes violadores presos?
                                                               ***
Rafael Correa decretou estado de excessão no Equador. Terrorismo de estado? Não, preservação das liberdades democráticas, o motivo real foi um motim de policiais da guarda de segurança.
                                                               ***
Evo Morales, presidente da Bolívia, sofre atentado, e o atirador é posto em liberdade.
                                                               ***
Depois, de meses acusando de paranóico, a própria imprensa e políticos brasileiros reconhecem que o presidente Lula não estava alucinando, que a verdade era e é que o Sr. José Serra orquestra uma campanha de difamação, na tentativa de que o povo não exerça livremente o seu desejo de votar em Dilma Rousseff.
                                                              ***
Que mundo é este?
Que mundo queremos?
Ainda, continuaremos a cortar nossos corpos com os cacos dos nossos sonhos( Polari)?
Ou, aprenderemos a nos defender... defendendo a liberdade e a justiça, a solidaridade e os direitos humanos,
a vida terna e serena da chuva mansa; ou será que esperaremos a tempestade para dizer, tardiamente,não...

Nenhum comentário: