quarta-feira, 6 de outubro de 2010

POESIAS: AMORES LOUCOS E SILENCIOSOS

                                                                      LOUCURA
                                                                               JORGE BICHUETTI

Há um louco que mora
no ventrículo esquerdo
do meu coração azul;
ele pulsa e canta profecias
ele dança e inventa acrobacias
ele é o avesso da gravata
e do terno cinzento e odeia
meus sapatos apertados.
Ele tem alma de menino,
se enfeita de índio e palhaço
e gosta de jogar com as palavras:
silenciosamente, ele me diz
que a vida não é real, é poesia,
poesia embotada e paralítica,
dado que o homem e a gramática
delas roubaram os sonhos
e a fizeram escrava dos gracejos
e da mania de mentir, no obscuro
ato de tudo rimar.Então, de preguiça,
ela se adormeceu e  o homem, assim,
se fez um domador de verdades.


MEU AMOR
JORGE BICHUETTI

Meu amor não sabe declarar-se...
Na ternura sensual do olhar,
No silêncio cúmplice dos abraços
E na rosa vermelha da mão extendida,
 ele se torna presente e parte
na solidão dos incompreendidos.

Meu amor procura... quem sinta a língua dos gestos,
e quem escute a voz do afetos,
e quem, também, saiba o amor 
que fala e conversa
na língua da pele 
no idioma das vísceras
na gramática do dar e se dar...

Amigos   , queremos intensificar o papel de formação, trocas, discussão e crescimento partilhado do nosso blog.
Assim, pedimos que o divulgue, estimulando às pessoas para que elas se inscrevam.
Se formamos um coletivo unido e vivo, podemos suprir as distâncias e nos comunicarmos, caminhando juntos na construção de uma nova Terra e de um povo por-vir...
E, principalmente, fomentando subsídios para as nossa práticas clínicas e sociais.
Abraços com ternura e carinho
jorge
" QUALQUER AMOR JÁ UM CADINHO DE SAÚDE, UM DESNSO NA LOUCURA"
GUIMARÃES ROSA


2 comentários:

Samara Dairel Ribeiro disse...

Amor

O amor quando se revela
Não se sabe revelar
Sabe bem olhar pra ela
Mas não lhe sabe falar.

Quem quer dizer o que sente
Não sabe o que há de dizer
Fala: parece que mente
Cala: parece esquecer

Mas se ela adivinhasse,
Se pudesse ouvir o olhar,
E se um olhar lhe bastasse
Pra saber que a estão a amar

Mas quem sente muito cala
Quem quer dizer quanto sente
Fica sem alma nem fala
Fica só inteiramente.

Mas se isto puder contar-lhe
O que não lhe ouso contar
Já não terei que contar-lhe
Porque lhe estou a falar.

Fernando Pessoa

Jorge Bichuetti - Utopia Ativa disse...

Amiga, o amor é força que irradia e aquece, contagia e arrasta...
Nele, não somos donos de nós...
E ele age e passa... carregando os risos e os prantos , colheitas da paixão.
jorge