JORGE BICHUETTI
Pensamos a vida influenciados pelo estruturalismos e pelo molar, o grandioso e grandiloqüente.
Parnet, olhando, carinhosamente Deleuze, lhe disse: você nunca quis ser a árvore... você sempre foi a grama que medra entre as pedras do caminho.
Concebemos a vida com núcleos explicativos, poder central, o essencial e as periferias, uma raíz que sustenta e explica e que dá unidade e permanência.
O rizoma é o avesso, é a vida que flui sem uma centralidade e nele de qualquer ponto nasce vida e vida nova.
Pela árvore, somos uno, uma identidade e uma continuidade monôtona.
Pelo rizoma, somos muitos e compomos n conexões que nos producem outros tantos: somos multiplicidades, que é uma rede de singularidades que nos permite individualizar-se, diversificando-se e não restrigindo-se.
Com a falência do partido centralizado com suas depurações por exclusão de toda diferença,hoje, na prática social vemos a potência da s redes.
Redes sociais - um rizoma de práticas e pensares, sem centro ou raíz, com as conexões heterogêneas e heterodoxas que potencializam a intervenção pois já não se organiza a vida e as práticas sustentadas num tendão de Áquiles.
Exploremos nossas multiplicidades e organizemo-nos como redes libertárias numa utopia de quejá cabe a vida dos és e o novo nasce e nascerá da potência e beleza dos es e dos entres.
domingo, 3 de outubro de 2010
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9 comentários:
Jorge, seu blog está cada vez mais lindo, ou seja, forte, potente, amoroso, amigo, revolucionário. Sou um pontinho na sua rede, na nossa rede. beijo da Marta
Marta, você é nesta máquina fluxos desejantes potentes, ternuras florescentes e conexões inventivas: sua amizade me alisa e me toma como se devires inusitados passassem por mim. Quero-los vivos e me compondo uma multiplicidade guerreira e suave, num vôo de livberdadee paz. Lhe admiro muito. Beijos jorge
Jorge querido, não me admire porque sou cheia de defeitos. Mas, se puder, seja meu amigo. Preciso muito de amigos. Estou numa solidão radical, feroz, importante nesse momento, mas que precisa ser transvalorada na amizade senão morro. O que me "salva", por enquanto, é a beatitude que estou aprendendo a cultivar. Amor ao destino. beijo da M
Amiga querida, sempre lhe terei no coração com a ternura dos afetos sólidos que são companhia e parceria, solidariedade e sonhos compatilhados. abraços jorge
Fui para a rua, fui votar, e na rua lembrei de uma coisa do sonho que tive com vc: não tinhamos rosto. Como sei que no sonho éramos nós? Um astral. Não era eu + você. Éramos todos. Não sou um ponto na sua rede, sou linha de fuga na nossa rede. Ao saber disso, esqueci, bebi cerveja boa, fiquei tonta-lúcida. Vou postar uma coisa sobre desfazer o rosto do Deleuze Guattari, mas amanhã porque agora vou dormir sem rosto.
beijo beijo beijo
Marta, sonho-potência: perder a rostridade, dar-se ao devir imperceptível e as multiplicidadess; e,assim mesmo, saber, que se ego é borrado não o é o afeto, a amizade e o companheirismo.
a solidão é um sintoma: sintoma de um tempo, narcísico e egôlatra, e sintoma de um novo tempo, o tempo da suavidade, dos víncullos ternos e amorosos. abraços jorge
Jorge querido, a solidão é necessária para pensar, se rever, para acolher devires. Não se trata de uma solidão "narcísica" como se diz. Mesmo que fosse, pois devemos rever essa idéia do narcisismo como negativo como fez Bachelard: "Com Narciso, para Narciso, é toda a floresta que se mira. Todo o céu que vem tomar consciência de sua grandiosa imagem... O mundo refletido é a conquista da calma. Soberba criação que requer apenas a inação, apenas a atitude sonhadora, na qual veremos o mundo desenhar-se com tanto mais precisão quanto maior for o tempo em que sonhamos imóveis." (Gaston Bachelard. A água e os sonhos. Ensaios sobre a imaginação da matéria).
Não estou discordando do que vc disse na mensagem anterior, estou apenas dialogando, apresentando meu olhar atual sobre a solidão. E é importante que se diga: solidão não é sinônimo de individualismo. E não há solidão absoluta, pelo menos na minha e em muitas outras. É sempre relativa, pois estamos trabalhando, estudando, pensando, dialogando. Passamos pelo mundo e o mundo passa em nós, incessantemente. Mas é preciso também reconhecer que não se deve cultivar solidões, sem se dar o espaço para as trocas, as colaborações, a solidariedade, a amizade, o amor. E há momentos como esses das eleições, entre outros, em que a subjetividade deve ir prioritariamente ao encontro das necessidades coletivas.
Assim, vamos aproveitar a oportunidade do segundo turno eleitoral para irmanar, debater, expressar. O que está em jogo no Brasil é muito importante. Está em jogo a inclusão da diferença, a união sul-americana, o multilateralismo nas relações entre nações, os programas de ajuda social, o crescimento econômico, a distribuição de renda.
Não sou petista, não tenho partido, mas procuro estar onde o povo está. O povão está com o Lula e Dilma. Eu também.
Lindo seu texto sobre a Marina. Por isso vou "roubá-lo" e postá-lo no meu blog.
beijo fraterno
marta
Jorge querido, a solidão é necessária para pensar, se rever, para acolher devires. Não se trata de uma solidão "narcísica" como se diz. Mesmo que fosse, pois devemos rever essa idéia do narcisismo como negativo como fez Bachelard: "Com Narciso, para Narciso, é toda a floresta que se mira. Todo o céu que vem tomar consciência de sua grandiosa imagem... O mundo refletido é a conquista da calma. Soberba criação que requer apenas a inação, apenas a atitude sonhadora, na qual veremos o mundo desenhar-se com tanto mais precisão quanto maior for o tempo em que sonhamos imóveis." (Gaston Bachelard. A água e os sonhos. Ensaios sobre a imaginação da matéria).
Não estou discordando do que vc disse na mensagem anterior, estou apenas dialogando, apresentando meu olhar atual sobre a solidão. E é importante que se diga: solidão não é sinônimo de individualismo. E não há solidão absoluta, pelo menos na minha e em muitas outras. É sempre relativa, pois estamos trabalhando, estudando, pensando, dialogando. Passamos pelo mundo e o mundo passa em nós, incessantemente. Mas é preciso também reconhecer que não se deve cultivar solidões, sem se dar o espaço para as trocas, as colaborações, a solidariedade, a amizade, o amor. E há momentos como esses das eleições, entre outros, em que a subjetividade deve ir prioritariamente ao encontro das necessidades coletivas.
Assim, vamos aproveitar a oportunidade do segundo turno eleitoral para irmanar, debater, expressar. O que está em jogo no Brasil é muito importante. Está em jogo a inclusão da diferença, a união sul-americana, o multilateralismo nas relações entre nações, os programas de ajuda social, o crescimento econômico, a distribuição de renda.
Não sou petista, não tenho partido, mas procuro estar onde o povo está. O povão está com o Lula e Dilma. Eu também.
Lindo seu texto sobre a Marina. Por isso vou "roubá-lo" e postá-lo no meu blog.
beijo fraterno
marta
Marta, iniciamos um diálogo fertilíssimo. Narciso que se mergulhava no rio numa autoadoração, que o impedia de conectar-se com o outro que não fosse sua imagem, me parece um ego narcísico - castrado e impotente...
Já o indívíduo narciso cujo o amor a si é muito mais o que Nietzsche definiu em Aurora que preciniza que jamais seriamos livres com a renúncia de si.
Não creio, também, na solidão: somos sempre povoados...
Leia , se tiver uns minutinhos, meu texto de hoje: loucura grupal e solidão.
Penso que a chave é o conceito de subjetivação em Foucault, a vida como obra de arte.
Nem o sujeito edípico, nem as subetividades assujeitadas das nossos guetos corporativos, mas a indivuduação libertária que mergem nos dispositivos de produção de vida.
Continuemos nossas trocas ... No caminho dos sonhos e das cantorias, na mizade que conecta e dá asas... Nestes vôos, ouviremos os Deuses. beijos jorge
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