Lidamos com a vida e nela confundimos poder com potência.
A força é afirmação de poder sobre o outro e sobre a natureza.
Somos poderosos na saúde, na riqueza, na beleza, na autoridade...
E nem nos preocupamos se este poder gera vida ou morte, tristeza ou alegria, encontro ou desencontro...
Temos no poder uma validação do nosso valor: valor fálico, opressivo e tirânico.
Nietzsche , sabiamente, dizia que temos que tomar consciência dos nossos desejos e guerreiros buscá-los através do exercício da vontade de potência que afirmação da vida na plenitude e no explendor do que pode uma vida, embora, não se trate da vida individualista, mas da vida-vida, vida onde sol nasce genérico e o orvalho não se concentra em cofres ou museus.
Nossas potências são no cotidiano suprimidas pela nossa corporal submissão às forças ativas e passivas de dominação ou, ainda pela nossa acomodada ou fatalista adesão às forças de submissão.
Deleuze na própria enfermidade reconhecia uma fonte inesgotável de potência( não de poder).; Negri, na velhice viu o mesmo.
Numa crise, nos sentimos impotentes. Leitura equivocada. Estamos nelas cheios de potência, embora que enfraquecimento do poder fálico e tirânico.
Guatari a viu na criança, no louco, nos enamorados, nos artistas...
Enfim, nos povos que o capitalismo despreza como fracasso e desvalia.
E que na perspectiva do capitalismo, o poder é o valioso, pois gera repetição, estabilidade e manutenção doo status quo.
Nas crises, a potência emerge como possibilidade de mudança, da emergência do singular. das multiplidades e dos devires, ou seja, da vida que num salto, voa e se consubstancia diferença, o novo radical.
OH! como necessitamos de ousar o manejo das nossas potências e nos reinventar na suavidade e na ternura, na solidariedade e na compaixão, no amor... amor sem as correntes do ciúme e da possessividade.Na liberdade...
O poder estria, controla, vigia... E nele, repetimos o mesmo scripit: individualista, possesssivo, competivista e consumista.
A poder está no uno, é a árvore enraizada e frondosa.
A potência é rizomática, coletiviza, tece redes e corrói o nuo, fazendo emergir os encantos potentes das multiplicidades.
O poder é a solidão; a potência a comunhão, a partilha, o coletivo, a explosão do eu-tu para que floresça o nós.
Não explorar suas próprias potências é morrer , vivendo; já a exploração do poder é o fascismo, viver, morrendo e matando.
Pela vida, então, escutemos a voz da velha canção: gente é feita para brilhar. Brilhemos...
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