quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

DIÁRIO DE BORDO: ONDE ANDAM OS VENTOS DA REVOLUÇÃO?...

                              Jorge Bichuetti

Novamente, o corpo entre o torpor e o sonho... A aurora e as luzes que nascem nos encantos do meu quintal... me buscaram, mas adormecido não as pude ver, sentir e, com elas, sonhar... Mas, trago vivo e fecundos tantos sonhos... alguns me seguem desde menino; outros chegarão com o tempo, entre lutas e auroras tecidas nas miragens das utopias...
Viver é carregar um corpo? Ou será que viver é dar asas ao corpo que carregamos, permitindo que ele, para além do relógio, sonhe com u'a vida de permanente primavera, de perenes alvoreceres... um corpo que ouse ver para além das leis e da moda, do instituído e das sombrias realidades de exclusão, um outro mundo possível...
Caminho, aprendendo...
Caminho corroendo o meu próprio ego...
Caminho, poetizando a esperança e mergulhando meus sonhos no oceano das lutas...
Vivo entre as cinzas que se acumulam, do passado de escuridão e do presente vagaroso que teima em ver, para além da bolsa e do mercado, do consumismo e das traições... a vida florescendo na humanidade nova que germina no ventre da solidariedade...
Muitos acham que a revolução é uma peça de museu, um história superada pela volaticidade da pós-modernidade...
Eu a amo; alimento-a, e canto para que ela suporte este nosso mundo de vida líquida, de ilusões espetaculares e de dissimulações que nos deixam no tédio, na angústia e na depressão...
A revolução e vida parideira... não para de gestar no horizonte azul... a fertilidade do amor.
Uma Associação de Livres Produtores... Um mundo de igualdade  e ternura, liberdade e justiça social...
Um mundo onde o riso de uns não são as lágrimas da multidão...
O socialismo é a reinvenção da vida e do mundo sob o paradigma da solidariedade e da inclusão, da alegria e comunhão...
Uma ilusão?... Não, para os que não fecham o olhar diante da face triste e machucada dos oprimidos... Não, para os que não se envergonham de ver o nossa própria face tão arruinada de individualismo e solidão... Não, para quem ante a violência e desamor, não tergiversam e concluem altivos que vale a pena ousar inventar um novo mundo nas florescências do amor...

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