Todos que lidamos com o ser humano podemos ser no caminho um agente libertador...
A vida do ser humano padece dominações, estigmatizações e exclusões que o limita, o determina e o transforma num destino dado.
Libertar é quebrar os elos da corrente que nos aprisiona num destino dado que é caminho de negação da vida, da nossa singularidade e das nossas potências...
O ser humano é capaz de "se fazer, se desfazer e se refazer" ( Juvenal Arduini )
O caminho que trilhamos que nos tece ao longo de uma vida possui determinações estruturais, sociais, psicodinâmicas e interferências que bloqueiam ou libertam no dia-a-dia de cada passo nosso na caminhada existencial.
Somos excesso-potência-abundância-multiplicidade, singularidade e devir... Podemos mudar, nos reinventar...
Contudo, frequentemente, o socius reafirma os mecanismos de morte e autodestruição, nos fazendo repetir o esperado, não nos estimulando na exploração da vida de alegria e potência que existe germinativa em cada um de nós...
A clínica, a educação e as políticas públicas de desenvolvimento social necessitam de abrir-se para uma compreensão de que as generalidades são mistificações que silenciam no cidadão o ser singular e ser de multiplicidade...
Se olhamos e vemos o pobre, o marginal, o drogado, o perverso, o violento, a vítima, a escória... inconscientemente, vamos intervir reafirmando o destino previamente fixado...
Antes de tudo, para agir e intervir, precisamos centrar nossa ação no homem - um homem com uma história, desejos, sonhos , frustrações, fatalidades,aventuras, conhecimentos.... uma pessoa.
E, comum, que na sociedade que vivemos carreguemos um destino dado... uma lenda... um script... Alheio a nossa lenda pessoal.
A lenda pessoal é um conceito que refere-se a vida que caminha na busca do desenvolvimento da nossa potência, da nossa singularidade e da nossa multiplicidade, dos nossos devires... è caminho de luta onde o horizonte azul que nos guia é os nossos sonhos íntimos e grupais...
Infelizmente, cabe alencar dois fatos da nossa sociedade injusta e excludente...
A criança não recebendo a maternagem necessário ao desenvolvimento de auto-imagem e auto-estima ( ego ideal) , ela é vulnerável e nela se inscreve o conjunto das exclusões sofridas e das sentenças pronunciadas que a define numa desvalia e num destino de infelicidade...
E não recebendo os limites que formaria nela a auto-censura, auto-defesa e autopreservação, mas, também, tolerância às frustrações, crescem com um funcionamento mágico: não toleram o não, buscam o prazer nirvânico, não reconhecem limites...
Para estas duas tarefas de refazer, a maternagem e construção da auto-censura é fundamental que busquemos cuidar, acolhendo... O acolhimento é a clareia que se abre na escuridão de num destino nebuloso e trágico...
Acolher é amar, o ser humano singular...
Acolher é cuidar, incluindo com a invenção de um novo destino que contemple a singularidade, a multiplicidade e as potências ali presente na vida daquele coração...
Neste sentido, podemos afirmar que não educação, clínica, nem desenvolvimento social, se estas práticas não centram seu olhar e seu agir na escuta e no diálogo...
Educar, clinicar, e incluir na cidadania não é robotizar, substituindo uma lenda por outro lenda exógena... é impregnar de sentidos para que o que cuidado invente a sua própria lenda... singular, multiplicitária e permeada pelas floradas do devir...07 DE SETEMBRO: 9:00 - NA PRACINHA DA IGREJA DE SANTA RITA...
LUTEMOS PELA VIDA, POR JUSTIÇA SOCIAL E PAZ; INCLUSÃO SOCIAL...
DIGAMOS NÃO AO DESAMOR E A MARGINALIZAÇÃO DOS QUE NA LÁGRIMA DA EXCLUSÃO CLAMAM POR UM NOVO ALVORECER...
AMOR É ATO DE SOLIDARIEDADE: GRITEMOS PELA VIDA - DE TODOS E PARA TODOS...
O GRITO DOS EXCLUÍDOS