sexta-feira, 26 de agosto de 2011

SOCIEDADE DE AMIGOS: NO RIO DA VIDA...

 E MINHAS ÁGUAS ORDENARÃO SEU CURSO

 (Fernando Campanella, 1988)

Deixa-me beber do liberado vinho
entoar meu íntimo canto

que a opressão dentro de mim dói

e quero a plenitude dos campos

dos gansos de arribação


que me fique o espaço para ouvir o vento

e o silêncio que o vento assopra

nos interstícios das águas


- não quero asas desjuntas-

deixa-me o corpo em vida, e a fantasia ,

para que das vias torpes não desfolhe eu

apenas as pétalas frias


deixa-me ser o que somos , amplamente,

na multidão dissonante dos eus


deixa-me assim até que te perceba

e apaziguado te toque


e minhas águas ordenarão seu curso

e minhas ilhas já não serão sem braços.



FONTE: DO BLOG PALAVREARES



 

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