sexta-feira, 12 de agosto de 2011

O AMOR, PARA ALÉM DO ÉDIPO...

                                  Jorge Bichuetti

Nas dores amorosas do amor simbiótico, dependente, muitos acabam desistindo de amar, da busca de um vínculo amoroso que seja sementeira de alegria e aconchego... e, no ar, fica uma questão: é possível amar para além do édipo?...
Deleuze no abecedário reafirma que o desejo não tem objeto, é construtivista; se deseja um conjunto... Caminhos, territórios de vida, sonhos, horizontes... Que projetamos nessa ou naquela pessoa. Ou melhor, que essa ou aquela pessoa anuncia...
Quando vemos uma praia... numa foto, e queremos lá estar... neste lá estar contém um estilo de vida e alegria, vivências e experimentações que aquela praia sugere...
Mas, comumente vamos à praia sonhada e lá mantemos o nosso mesmo cotidiano... e ai o encanto da fotografia é sensivelmente maior do que a praia real...
O problema não é a praia... é a manutenção do estilo de ser e existir que não efetuou as mudanças desejadas na contemplação da fotografia...
O ego limitado suprimiu o desejo e temeroso se conteve na mesmice do cotidiano...
O encontro amoroso é um entre onde ambos podem ousar um processo de reinvenção das próprias vidas: subjetividade, caminhos e sonhos...
O encontro torna-se vínculo... e se o vínculo cristaliza o processo perde este potente entre e as pessoas se restringem a manutenção de um papel complementar que pouco a pouco vai perdendo o vigor, o brilho e vai se tornando desgastante, cansativo e aborrecido. Passa a ser um limitante do crescimento dos envolvidos e da revitalização da relação... O édipo, então, toma as rédeas do jogo...
Por isso, inegavelmente, amar é um ato criativo e que se mantém no vigor e brilho da criatividade que reinventa no cotidiano alegria e aconchego.
Aqui cabe retomar as características do amor que supera o funcionamento edípico: amor é erotismo, sensualidade, ternura, doação, amizade, cumplicidade, generosidade, liberdade, partilha, compaixão e responsabilidade...
Um novo amor... um inventar no amor e um inventar um novo modo de vincular-se e amar...
Uma nova suavidade... 
Amar é cuidar... Amar é não anular, não mortificar, ou não atrofiar a singularidade do outro... Solidão partilhada no aconchego terno do companheirismo alegre e cúmplice... que sempre se renova criativamente na arte de se dar...
E, assim, me permito convidá-lo para pensar este novo amor... tecendo nossos acréscimo a este pequeno e singelo texto, ouvindo estas canções... e reescrevendo com o florescer do sonho de amar que é sonho de liberdade e vida.



6 comentários:

Mila Pires disse...

Jorge querido, na alegria do partilhar nossos sonhos, luares e canções...vim sorrir contigo e ouvir essas belas músicas que florescem na alma...
Que seu fim de semana seja recheadinho de coisas agradáveis!
Beijos...com carinho imenso...Mila.

CLARA disse...

Seus textos me dão tanta força para seguir em frente - é a minha primeira leitura do dia...
com saudades de suas visitas no meu blog
clara

Jorge Bichuetti - Utopia Ativa disse...

Mila: hoje, é dia de Upop... assim, a queria aqui: será um dia de alegria e de paz... com muita poesia. Abs ternos, jorge

Jorge Bichuetti - Utopia Ativa disse...

Clara? logo, minha vida estará nos eixos e a visitarei com a aalegria de sempre. Abraços ternos, jorge

Anônimo disse...

Dr Jorge,

O que significa upop?
Saudade Denise

Jorge Bichuetti - Utopia Ativa disse...

Denise, significa Universidade Populaer Juvenal Arduini... Abraços com carinho, jorge