domingo, 17 de outubro de 2010

DEVIR ANIMAL

                                                                                   JORGE BICHUETTI

O devir é o novo que imprime uma diferença e uma multiplicidade, singularizando-o modo de exisitr e viver, e se dá como atualização de virtualidades.
Não somos uma identidade restrita e permanente, nos metamorfoseamos...
Alguns devires carregam um maior contingente de preconceito, evitação e marginalização.
Isto ocorre, inegavelmente, com o devir animal, já que hegemonicamente somos evolucionista e identificamos na agressividade tão-somente as forças destrutivas e de dominação-exploração do outro.
No entanto, esta agressividade que é um elemento do devir animal é fundamental para o processo de produção da vida: nos combates, na defesa de si mesmo e na própria sedução sensual e vivência da sexualidade.
O devir animal enriquece o modo de funciomamento, potencializando uma raspagem irracionalidade instrumental-mercantilista, e no uso da agrssividade submetida à lógica da culpa e do ressentimento. Há um modo primitivo-agressivo que realiza na çaça ( sobrevivência), na sedução( sobrevivência da espécie), na organização de bandos ( coletivos) e na ocupação/defesa de um território existencial.
São ricos de expontaneidade, de jogos perfomáticos, de expressões pré-lógicas e pré-gramaticais...
os estudos sobre os outros devires , inclusive, o coloca como mediador, sem o qual estariam estes bloqueados( vide Devir Criança, neste blog).
Ele nos confere um estar mais perto do que pode um corpo, já que fomos reprimidos pela educação formal que desqualifica a experimentação, a astúcia, a ousadia e o uso de outros sentidos, com monopolização do verbal.
Tornamo-nos incapazes , se nos tira a palavra, o racional, o pensamento lógico.
Não temos porque temer o devir animal, uma vez que a fantasia de quenossa agressividade é sempre mortífera, nasce da nossa própria falta de percepção de nossos valores, ética e capacidade de autodomínio.
Sem ele, somos menos... Frágeis, vulneráveis, medrosos, pouco sensuais, e quase nada perceptivos...
Deleuze abomina os animais domésticos... Não os suporta.
De fato, me parece que os mais primitivos estão mais pertos da animalidade castrada pelo processo de humanização do mundo.
 Apenas, acrescento, por honestidade e paixão, que deveríamos estudar  o valor e as novidades que nascem destas relações- homens e seus animais domésticos.
Não advogarei esta tese...  A minha pequena lua é um tratado sobre o tema em si mesma( vide a poesia Riacho e a lua, neste blog.)...
Assim, termino relembrando nossas dívidas para com o modernismo brasileiro...
O animal em nós pode nos liberar deste nosso comportamento cinzento, asséptico e covarde... E a nossa sensualidade bem-comportada que se defina a cada dia de apatia, passividade e falta de charme.

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