Não mumifiques o próprio coração: a rosa murcha foi antes flor sedenta, mirando suplicante a água que escorria na tua mão...
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A lágrima que inundou e agora asfixia o teu irmão de humanidade que agoniza, é lágrima não secada pela ternura da tua mão...
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O pássaro que canta triste , perdido na imensidão, longe do teu ninho; é o pássaro exilado da árvore abatida pela lâmina da teu machado...
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O moço rebelde que de estilete ameaça o teu sossego, é a mesma criança que no ontem viu perdido seu sonho de esperança, quando mendigava o pão... e apressado, passaste, dizendo um ríspido e inclemente não...
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A cascavel que chacoalha no interior da tua casa morava tranquila na mata que foi um dia desmatada com a conivência covarde da tua omissão...
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A guerra mata: nela, são assassinados a humanidade sofrida... Crime coletivo: o lucro ganancioso da indústria bélica, o tiro covarde e o silêncio dos que não lutam pela paz...
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Não existe amor, longe da compaixão; pois, o coração que se anestesia diante das chagas purulentas da humanidade... é coração petrificado...
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A compaixão é a força da vida que esfarela as condensações narcísicas que nos impedem de amar e partilhar, conviver na alegria dos bons encontros...
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O fascismo, a tirania e a violência das minorias bélicas e cruéis só vigoram porque calam no coração da humanidade o pulsar terno e misericordioso da compaixão...
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Atrás de todo carrasco, virulento e asqueroso, existe um coração que não acreditou na potência inovadora e transformadora da compaixão. Da compaixão - força que dignifica a vida e abre na vida os caminhos para um porvir de paz e amor...
4 comentários:
Jorge
Interessantes e verdadeiros os aforismos aqui.
Desculpa a ausência, mas ando numa fase ruim.
beijão
Anne
Querida Anne, nos caminhos da tua vida recorda sempre que és para mim um farol... e meu coração é imbro e cais no voos onde borbolteamos amigos que descobrem nas flores encantos vivos... ainda que caminhemos sobre as folhas secas do outono das nossas lutas. Te adoro: paz e alegria,Abs ternos, jorge
Obrigada Jorge, estava mesmo precisando de um colo :-)
beijão
Anne
Anne, nossos corações... são conexões da vida na poesia da aurora; às vezes, os vendavais passam... e nossas lágrimas orvalham, fecundando os caminhos de um tempo de suavidade. Abs teros, jorge
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