sábado, 20 de agosto de 2011

DIÁRIO DE BORDO: OS VENTOS DA MUDANÇA

                                 Jorge Bichuetti

O luar se foi... o sol chegou: novo dia... Meu quintal já anda na breve quietude que segue o bailado da vida no ondear do alvorecer... Luínha, amiga e companheira, me segue os passos... Dormi demais... Corro, voo... Tento buscar o tempo perdido.
Se me guio pelo relógio, enlouqueço... Cronos é cruel, nos devora e devora os minutos que não voltam... Seguirei nos braços e abraços de Kairós, o tempo do acontecimento...
No cotidiano, escravos de Cronos, gastamos a vida numa rotina cinzenta e não ouvimos os apelos da vida que ecoa no vento... A voz da vida canta no vento e clama por novos caminhos e novos horizontes... A vida nos deseja no movimento que tudo transforma e na transformação, ela espera que sejamos a voz da ternura e as mãos da compaixão...
Preguiçosos, acomodados, no céu nublado, não pressentimos o brilho e o encanto das estrelas...
Nem ousamos aventurar na descoberta que é o deserto é fértil...
Mergulhamos nas nossas próprias lágrimas; acovardados, nos encolhemos diante dos obstáculos do caminho...
Esquecemos que tudo pode se transformar... E que somos agentes do destino. Ele, o destino, pulsa nas nossas mãos...
Podemos reinventar a nossa vida... Podemos mudar os rumos da história...
Todo sofrimento é um desafio... Superando os problemas podemos cristalizar a vida de rotina ou voar com os ventos da mudança e na mudança, redescobrir um novo modo de existir... Podemos semear as florescências da alegria e da paz... Podemos impregnar nossas vidas com novos sentidos, buscando na compaixão e na solidariedade, um existir que nos retire dos redemoinhos do narcisismo e nos coloque no bailado das estrelas que anunciam um novo tempo de suavidade e vida de harmonia para a nova humanidade que será parida no movimento da vida que pelo amor superará os abismos e a escuridão da vida engaiolada pela opressão e pela exclusão...
Podemos ser feliz...
As dores e espinhos do caminho são encruzilhadas... Oportunidade de mudança...
E se sentimos o peso opressivo da vida individualista, de competição, de violência e exploração... é hora de olhar o horizonte azul e sonhar, agindo com um mundo de ternura e paz...
Viver é etecetera - dizia Rosa...
Cabe a nós... reescrever a vida... permitindo que o sol da esperança semeia as floradas da alegria que nascem nos caminhos do amor...


2 comentários:

Tânia Marques disse...

Re-inventar a vida, experimentar o amor. Beijos

Jorge Bichuetti - Utopia Ativa disse...

TTânia, cainhos e sonhos no entre das relações transversais; nos espaços do devir - borboletear, Carinho e abraços ... saudade, jorge