Entre livros, discos e poesias, me penso... Gostaria de falar e escrever sobre tanta coisa, que como isso ocorre, logo, fico desconfiado que devo estudar e viver mais, para ter algo a dizer... Porém, deixarei o desejo rascunhar notas... com temas e fins distintos, de comum, conservam o idealismo de existir no caminho de lutas das utopias ativas... Tenho, igualmente, medo que meu desejo você estar na minha terra... terra minha onde nasci e cresci ou nas que me adotaram, para um prosear criativo, adiando um texto de onde se espera uma solidez filosófica...
Eis os temas:
1. Sobre o trabalho com juventude. Há que escutá-los e criar no entre u'a vida de intensidade e alegria, cheia de liberdade para que emerja sonhos... A atenção em saúde mental crê, hoje, que a melhor prevenção, não é a explicativa, pois nossos jovens dispõem de demasiada informação. O existir não traduz um conjunto de dados bancários acumulados no cérebro. O existir é um processo que nos subjetiva e nos revela a subjetividade... então, aqui, falo do trabalho Rede da Juventude, desenvolvido pela equipe do Instituto Felix Guattari, de Bh, Gregorio Baremblitt e Margareth Amorin... Um projeto encantador que envolve, dá vida de comunidade, espaço de expressão das singularidades e produção de linhas de vida... Talvez, tenha um defeito: é um projeto de baixo custo. O grupo de u'a base territorial ou temática se reúne, mensalmente: um esquizodrama... onde se lida com medos e sonhos, desejos e angústias do ser jovem... e u'a assembleia geral na qual é planejada o trabalho dos grupos no mês: jornal da juventude, grupo de teatro, oficina de música, de poesia, de cidadania etc, capoeira, dança, computação, reforço escolar... o que é levantado como desejo-/-necessidade na assembleia... Gera-se um vida de comunidade e uma caminhada...
Educação para a vida... Caminhada ética... Espaço-manjedoura de sonhos e destinos... Uma identidade afirmativa...
2. Sobre o ócio criativo.Breves palavras... Somos homens do trabalho, mesmo quando não não trabalhamos somos definidos pelo nosso não trabalhar... De Masi estuda uma transformação iminente: o trabalho perde gradativamente o lugar da criação da vida e esta se dá cada vez mais no ócio... Para ele, o coletivizar-se criativo, as invenções, o novo veria, agora, do ócio... E o preocupante é que trabalhamos cada vez mais e na definição dele temos um grau de ócio que é zero. Ver TV, sentar no bar na monotonia da mesmice não seria ócio... O ócio estaria no pescar, nos jogos coletivos, no acampar, nas trilhas, nas rodas de viola, rap, hip hop ou funk, na grafitagem... num agir de prazer, de diversão com movimento e interação. Estamos mal... Nossas vidas, nossas cidades andam cinzas e robotizadas... cheias de sofás e divãs...
3. Sobre o povo da rua. Julga-se que a violência é dada pelo sujo da rua, o povo que ali habita... A violência é estrutural, e é hoje potencializada do falocentrismo e pelo que nomeiam como vida líquida. A exclusão é violenta e gera violências... O desejo de que tenhamos ruas desabitadas corresponde ao ideário da Sociedade Mundial de Controle que nega singularidades e tende a criar uma invisibilidade para toda dor, chaga ou cicatriz que clama por um outro mundo possível... Nega-se um fato dos nossos dias: a violência generalizada, institucionalizada e difusa... é de rua e é caseira... A desassistência ao povo da rua só agrava as dores do social que tensionam a vida que acaba implodindo ou explodindo... Bullyng institucional...
4. Sobre a política. A identificação do agir político com o ser militante de um partido e a identificação deste com a burocracia estatal e com a corrupção vem extraindo do humano uma potência que o constitui nas entranhas: somos sociais e políticos. O não agir coletivo gesta um enraizamento do individualismo que perverte a vida e os encontros... Recupero aqui Umberto Eco e lhe tomo a afirmativa: não existe ética sem que o outro seja incorporado no meu meu modo de ver, sentir, e agir... O outro se entra na vida de um lhe dá na vida uma dimensão ética...5. Um novo cuidado urge ser reinventado... Cuidar é amar e incluir, não medida tecnocrática... e o novo cuidado que rompe com a solidão pós-moderna necessita ser encargo, vínculo e corresponsabilização... Não é distância , neutralidade, abstinência... E precisa ser bons encontros e alegria, para que todos, trabalhadores e usuários, possam refazerem seus corpos e suas vidas para longe do atrofiamento que vige no corpo, no socius e no próprio existir... Assim, Boff é providencial e a ele pedimos que conclua nossas singelas anortações: cuidado é amor, ternura vital, carícia essencial, justa medida, conviviabilidade. compaixão e solidariedade...
2 comentários:
Querido amigo Jorge... reinventar-se diante das tramas sociais contemporâneas demanda serenidade para ver o ócio produzir prazer; Suor na experimentação do corpo a lidar com os jovens em busca de educação e bases mais sólidas...
Suas palavras são como bálsamo para este amigo em terras ribeirão pretanas...
Abraços
Paulinho
Paulinho; viver é caminhar e no camaminho nos encontrar... Sinto sua falta neste dias de inverno... abs ternos, jorge
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