terça-feira, 9 de agosto de 2011

INDIGNAÇÃO: ASSIM, NASCEM AS LUTAS... NELAS, VIVEM O PORVIR...

                                          Jorge Bichuetti

A globalização criou, num primeiro momento, uma ilusão de todos nos acomodaríamos num cantinho com as migalhas; já que era uma honra ver o banquete aberto a todos, ainda que todos pudessem só espiar...
O mundo hoje transformou-se: a informação é instantânea; igualmente, as reações e elas se multiplicam por afetação, agenciamentos que vem se consumando pela indignação que anda levando as multidões para as ruas, praças, para a luta...
Tudo parecia perfeito: controle capilarizado, microfascismos, unicorrupção, império... As normatizações se daria no dia-a-dia; vide a lei anti-tabaco.
Porém, não se previa o reverso... As rebeliões, o rebelar-se flui, contagia e arrasta... e as multidões indignadas, de novo, estão no cenário das lutas sociais.
Rizomatizou-se as práticas sociais insurgentes... As redes sociais funcionam como um vírus que se propaga pelas mecanismos da comunicação instantânea. Aquilo que volatizava; agora, gera, planos de consistência e rebelião. Lutas que buscam a dignidade...
A tirania e a exclusão, a exploração e a opressão se sustentam na apatia.
Apatia, no fatalismo e na ignorância...
Quebraram a redoma...
As ideias, sonhos e utopias voam...
O Rei quedou-se desnudo e exposto...
E o individualismo dos conglomerados, da subjetividade narcísica, o isolamento... esfacelou-se...
As redes eram para ser tão-somente encontro líquido... dissimulação.
Hoje, a internet abre espaço para trocas, comunicação, propagação de ideias e sonhos... E nela, a indignação que acabava corporificada nos corpos mortificados e adoecidos no silêncio, ganhou voz e atitude...
Poesias no ar... Sonhos no ar...
E no ar, a voz indignada que solitária era apenas lamúria... tornou-se chamamento: um chamado para o agir...
A primavera voltou...
Voltou, clamando por mudanças; voltou na ousadia de denunciar as injustiças e a violência institucionalizada... e voltou, clamando por uma nova ordenação social: justa, igualitária, democrática... de sociabilidade solidária...
Crucificaram a história... mas não destruíram a cruz... e por ironia, na mesma cruz da sua ilusória morte, ela ressuscita agora com a voracidade da vida que flui, correnteza; voa, entre estrelas... e sonha... sem rédeas...
Escutemos as vozes da vida... e a vida indignada canto, novamente, o alvorecer da esperança...


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