Jorge Bichuetti
Ali, onde passa o rio
a vida nasce e morre
com a ternura do luar
que na noite, dá sonhos
para que o sol venha e possa
germinar e sorrir, entre
cantigas e rezas, gente
brotada do chão...
Mas, ali... erguerão um muro
de aço, ferro e concreto,
só pelo gosto de ver
a aridez do deserto...
Ali, só a morte irá rondar...
E eu que brotei na margem do rio,
já não serei gente brotada do chão...
Ali, onde passa o rio
passarão minhas lágrimas,
entre o soluço da saudade
e o desepero dos pássaros
que chorarão meu peito murcho,
meu concretado coração...
Belo é o rio que passa
florindo o verde e a vida,
com sonhos de paz e paixão...
XINGU VIVO
Jorge Bichuetti
Um índio não vê no rio
a eletricidade virtual,
nem dividendos futuros...
Um índio vê na vida
o rio, os passarinhos e a mata,
a vida bela e encantada,
nas floradas de Tupã...
O rio é sua casa,
a mata é seu lar...
Ele é assim... vida
de sonhos, corpo de amar...
xingu, terra verde
com riacho, festa e deuses:
tempo de alegrar-se...
4 comentários:
Força e vida a esse rio, força e vida ao Xingu, rio que tanta vida dá e tanto respeito merece... Abraços de força para nossos irmãos, irmãos no rio, e no planeta... Abraços para ti Jorge, e teu rio de poesia viva... Meu carinho, Concha
Concha: u'a luta que remonta o caminho das lutas - um povo que é colonizado e vai perdendo o direito de existir... Força ai rio... abraços com carinho, jorge
Jorge meu amigo, sei como é... e o que vamos perdendo, eu tb estou sendo colonizada talvez todos o estejamos e seja apenas questão de grau... mas contudo o que vamos perdendo mais do que o direito de existir é o próprio existir, dói como se queimassem a nossa alma... Abraços irmãos para todos os índios do rio e do planeta, abraços sempre para ti, amigo querido, Concha
Concha, sinto que precisamos revitalizar no existir nossas vidas roubadas... meu carinho, beijos, jorge
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