CINZAS NO VENTO
Jorge Bichuetti
Como verei o luar e as estrelas,
se mãos ávidas na ganãncia estão
com o machado empunhado e já
querem derrubar o verdejante sonho
das matas que abraçam a água da vida
e a vida da ternura que vive pra florir...
Há cinzas no vento, aviso do tempo:
o lucro da queimada dá a sentença...
a vida está por um fio, será crucificada
no silêncio de u'a escura noite... onde
a multidão entorpecida pelo brilho da ilusão
só sentirá... asfixiada... sem esperança...
quando um outro silêncio
anunciar o fim... na ausência do canto
dos anjos matinais...
Há cinzas no vento...
E nelas o fim... das manhãs
que recolherão num último ato
o choro das estrelas
no deserto silencioso,
onde um dia cantaram
bem-te-vis, sabiás e pardais...
OH! "verde que te quero verde";
oh! vida que te roubaram
o dom de florescer
na cantoria verdejante
das manhãs onde pássaros faziam
de cada árvore
u'a catedral estelar...
QUEM ENXUGARÁ...
Jorge Bichuetti
Negociatas mercadejam a vida;
mata seus filhos... estupram seus frutos...
Alegres e vencedores, pactuam e loteiam
o riso raso das moedas acumuladas...
Porém, ninguém se ocupa da vida
que num atoleiro de cinzas morrerá...
Escuto no vento o canto dos pássaros
que piedosos perguntam, entrestecidos:
- quem enxugará o pranto dos Deuses?...
quarta-feira, 30 de novembro de 2011
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