PÁSSARO FERIDO
Jorge Bichuetti
Aprendi, ainda pequeno, que eras
mãe, mãe gentil... amor incomensurável;
agora, me enlouqueço vendo-a silenciosa
quando sobre teu chão corre nos rios
o sangue marginalizado dos teus
pequeninos filhos... feridos no espinheiral
da cruel vilania que te amordaça os lábios,
e eu, entre a dor e desespero, só escuto
o canto melancólico d'um terno pássaro ferido...
Pachamama! Pachamama!!! nu'a lágrima te imploro:
vida e liberdade, canto e voo na alvorada...
Não negues a tua escuta... nem fujas da verdade...
As matas verdejantes choram e agonizam;
ante o horizonte que ecoa
o canto dos pássaros feridos...
MEU CURIÓ
Jorge Bichuetti
Meu curió anda triste;
se canta, soa um lamento...
o choro da própria vida.
Meu curió anda triste...
não voa, não sonha...
teme o mundo cinzento
e de olhinhos molhados,
só ora... reza indigente...
onde solicita aos céus
o azul do horizonte e a
paz, o fim das correntes,
u'a flor na caminhada e
a vida de partilha na
cantoria alegre dos que
na semente, frutificam
a magia da vida nova,
verdejante primavera
onde o amor cante e
baile a valsa da justiça,
dos humanos direitos
nas asas da liberdade.
Meu curió anda triste;
A vida, de asas rotas...
e a noite com saudade
do luar e das estrelas
que choram co'o curió...
quarta-feira, 9 de novembro de 2011
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