A poesia é o orgasmo-menino da fé no caminho onde os sonhos florescem...
E, com elas, nosso corpo, resignado e servil, se rebela... se põe, suavemente, feito estrela... a brilhar... brilho de gente... brilho indulgente... brilho para lá da gente...
A paixão anda...
Andarilha...
Move-se e baila
na arte de ser
o novo.
O mundo, antes cru-cruz,
agora, nu... poetizado... vibra... pulsa e sorri... por um bem-querer... alegria de ser... um devir, um amor...
o amor, caminha
nas entranhas da nossa alma... entra nos sonhos... entra na nossa casa... ele chega feito passarinho, asas voando no vento, depois, se aninha, já quase uma constelação...
A vida
segue
lágrimas e risos, a vida está na estrada... atrás os amores perdidos... e os sonhos esquecidos...
No horizonte, o destino...
arte-utopia...
um devir na esperança de viver... (viveremos)... o impossível...
Fe? utopia e paixão,
se há... no marejar da nossa utopia ativa, há...
há fé-compaixão...
assim, a poesia humaniza a fé e a fé ajoelha-se no altar da arte...
e na arte vivemos nossa divina profana eucaristia... um jeito de amar... um estar com... um solidarizar-se... um dar-se as mãos pela insurgente libertação...
Então, seguimos,
e rizomatizando a vida, cantamos para eles, Pessoa e Bethânia, com ...
Assim,
profanamente sagrado, divinamente profano, o blog utopia ativa celebra a semana... do homem-amor... e na estrada, oramos...
PRECE
Senhor, a noite veio e a alma é vil.
Tanta foi a tormenta e a vontade!
Restam-nos hoje, no silêncio hostil,
O mar universal e a saudade.
Tanta foi a tormenta e a vontade!
Restam-nos hoje, no silêncio hostil,
O mar universal e a saudade.
Mas a chama, que a vida em nós criou,
Se ainda há vida ainda não é finda.
O frio morto em cinzas a ocultou:
A mão do vento pode erguê-la ainda.
Se ainda há vida ainda não é finda.
O frio morto em cinzas a ocultou:
A mão do vento pode erguê-la ainda.
Dá o sopro, a aragem - ou desgraça ou ânsia -
Com que a chama do esforço se remoça,
E outra vez conquistaremos a Distância
— Do mar ou outra, mas que seja nossa!
Com que a chama do esforço se remoça,
E outra vez conquistaremos a Distância
— Do mar ou outra, mas que seja nossa!
Fernando Pessoa
2 comentários:
Fernando Pessoa sabia das coisas! E o trabalho dele está sempre atual.
bjos
Anne
Anne, ele na voz de Bethânia, fica bravamente encantador; não? um carinhoso abraço; Jorge
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