TERRA-MÃE
Jorge Bichuetti
Suavemente, beijo-a...
Terra molhada
orvalhada
de clemência...
Mansamente, semeio...
Terra adubada
acolhedora
das nascentes...
No sol poente, oro...
Terra amada
deusa mãe
do povo-gente...
Amanhece, cores...
Terra... minha
doce oração
de insurgente...
Terra. Terra-indulgente...
Terra. Terra-mãe
dos filhos
que brotam
do chão
e tecem
o mundo
o temente
o demente
o corpo-sol
reluzente...
LUA CHEIA
Jorge Bichuetti
Lua cheia no cerrado,
da janela, vejo-a... bela
iluminada;
como se ali reinasse
a magia da paixão...
Manacá, jatobá, aroeiras,
grilos, sapos, vagalumes,
ipês... cores... sons... muitos... sabores...
A noite cheira
a noite vibra
as cordas do meu corpo
e incendeia
os acordes do sonho
da vida
natureza, Terra-mãe:
cio da beleza...
A vida é cerrado; serra
guerrilheira...
Altivez sertaneja
aves na goiabeira... Lua cheia,
cordilheira... geraes: parideira...
EJACULATÓRIAS...
Jorge Bichuetti
na cama, és nua
és plebeu
és lua...
na rua, és cortês
és dondoca
um ateu...
a fé na vida
é filha
é mãe
é irmão
da fé em Deus...
um amém
sem gratidão
tergiversa
um adeus...
AXÉ NA RUA, TERREIRO DA VIDA...
Jorge Bichuetti
teu olhar asserena
encantos de um menino
cantos que alucinam
o chão o céu o além
do planeta...
teu jeito moleque
sapeca o ar com gracejos
risos multiplicados
no vento no luar na cauda
do cometa...
o teu sonhar
ativa
atiça
a-toa
um vagabundear
pelas ruas da cidade
na ternura o encontrar
as pupilas perdidas
do in-finitivo
verbo
amar...
segunda-feira, 18 de abril de 2011
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