sexta-feira, 5 de agosto de 2011

DIÁRIO DE BORDO: COM OS PÉS NO CAMINHO...

                                             Jorge Bichuetti

Luínha dorme, sossegada e cheia de sonhos... Os sonhos já marcam o despertar, um novo dia... O frio me priva dos momentos de paz junto dos encantos que habitam o meu quintal... Ontem, o blog teve que se privar de duas postagens: o inverno desperta sem badaladas a dor da LER... E hoje querendo falar do belo e dos voos dos passarinhos, pisarei o chão... Afinal, tem sido assim: o blog utopia ativa é um canto da poesia e uma tecelagem da sonhos, mas é também um espaço da política como construção do bem comum... Trabalha a construção do projeto solidário Universidade Popular e assume as lutas do dia-a-dia do nosso povo, nossa luta e caminhada...
Decepcionarei minha Luínha. Ela deseja que eu fale dos nossos amores... Ela se emocionou com o comentário da minha princesa Lala... e queria que eu falasse da ternura e do carinho dos anjos... è comum ter irmãos: não os tive...  a vida , cheia de compaixão, me situou ao lado de dois anjos protetores... Minhas irmãs anjos da minha vida... E isso vem se repetindo... Tenho muitos amigos-anjos... Meu carinho, Luínha compreenderá, falaremos de conjuntura... fatos da vida do país...
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Ouvi assustado comentários na TV, comentários que lamentavam a demissão do Ministro da Defesa Nelson Jobim. Igualmente, lamento... Mas, a presidenta dá uma lição a todos nós... Não pode haver espaço para a perversidade e a meninice no trato da vida pública... Dói, pois, tudo indica que era um ministro competente... Contudo, suas declarações não são declarações que motivam uma demissão porque agridem ao Partido dos Trabalhadores, como alegou alguns interlocutores da oposição... Ele feriu a ética dos direitos humanos, a ética da amizade e do companheirismo e feriu a construção necessário de um tempo de suavidade e delicadeza... Foi rude, mal educado, hostil... Não foi guerreiro... Foi venenoso, astuto, canastrão... Os guerreiros são firmes, porém, ternos... Suas declarações cabem numa democracia: num programa de humor, ou na conversa de compadres e comadres na esquina de "enjeitei"... 
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Crítica, criticidade... Diálogo, escuta... Trocas, composição entre diferentes gerando rizomas, multiplicidades... Tudo isso enriquece e compõe um existir libertário. Todavia, é hora de dar consistência às ideias e visões que nos orientam na caminhada: toda vez, que se ativa o pólo paranóico, é retorno do instituído, do velho, das ordenações opressivas... O novo chega com ternura e suavidade dando espaço à criatividade... Flui, voa...
Por exemplo, o novo é a lucidez, a ternura e o espírito inovador de pessoa pública que delicadamente consegue desmontar o microfascismo que tende a capilarizar uma exclusão dissimulada...  Sou um homem do povo e um pensador de quimeras... Entretanto, li e me orgulhei da entrevista da Doutora Maria Theresa Rodrigues da Cunha, Secretária de Desenvolvimento Social da cidade de Uberaba... Ela vem desenvolvendo com ética e firmeza belos programas de inclusão social, pautados na cidadania, na solidariedade, nos direitos humanos e no direito à diferença... Entrevistada, explicou... sobre as rondas, trabalho com a população de rua. E disse, que há cidadãos cuja singularidade se dá no nomadismo de ser  povo da rua, não porque   lhes faltem teto, mas por um modo de existir... Ela conseguiu com delicadeza, ternura e profundo conhecimento da realidade social e das políticas públicas desmontar a ilusão de que cabe numa sociedade cidadã o desejo expresso nos que adotam a política de tolerância zero... Ela avança, pois na sua palavra se percebe uma política social que é cuidar e incluir; porém, sem o ideário de tornar invisível o povo da rua. Diz com delicadeza que cuida, mas que não irá fazer a violência de limpar, varrer, expulsar os que tem como território de vida a rua... Me orgulho de políticos como a Doutora Maria Theresa... Me agencia no desejo de estudar mais para dar conta de algo contribuir no pensar o agir diante das complexas problemáticas das dores do mundo que pedem mais do nos dão hoje o pensado, o já inventado...
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Hoje, acabamos ficando no político... penso que fizemos o mesmo de todo dia... somente... trabalhamos o doído e louvável... no atrevemimento de situá-los, concretamente...
Não queremos Jobins sem a ternura do canto dos sabiás...
E queremos que os brasis pensem o social com a ousadia, com ações que combinem acolhimento, cidadania, liberdade, solidariedade, cuidado. reabilitação psicossocial, reposição e sustentabilidade assistencial, vida...
Ficamos no aconchego de sentir que no nublado do céu brilha uma estrela... uma estrela que ainda nos rincões país tem a potência de parir vida, ação libertária, uma multidão de estrelas que clareia a escuridão das noites tristonhas...

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