Jorge Bichuetti
Com as mãos congeladas pelos ventos da solidão,
escrevo versos... tingidos de lágrimas, suor e sangue...
escritos do coração... ecos do caminho... sonhos
que são esculpidos com o barro germinal das lagoas
e co'as mãos molhadas nas correntezas do singelo rio:
argila da terra, rio da minha infância... meninice e cio,
pedras do garimpo, folhas secas caídas do corpo da
vida... minha vida, vida tecida sob os fluxos do luar e
vivida na esperança de seguir na musicalidade das aves
que voam no céu e pousam nos sinos das igrejas e no
porão do meu já velho e cansado coração... num canto.NO VENTRE MATERNO
Jorge Bichuetti
Minha mãe cantava e rezava, tecia
e eu, longe, lia Marx... Che e Rosa,
inocente, não sabia que éramos
um mesmo sonho:
um terço de ternura,
passos no caminho
das utopias nascidas
no ventre da compaixão...
Ainda hoje, ajoelhado no calor
do ventre materno, eu sonho
com justiça e liberdade;
vivo sob sol da esperança,
e mesmo a sentindo distante,
lhe escuto dizendo, co'a sua voz de anjo:
- filho, isso é uma oração!... MEU POVO
Jorge Bichuetti
Caiapó árabe: garimpense...
sigo nas trilhas do cerrado,
sentindo no brilho das pepitas de diamante
a mesma alvorada que se oculta
no encanto adormecido
no escuro barro das olarias...
Assim, é a vida no chão de pedras que nasci...
Lá, andarilham pelos corações
deuses descalços
que tricotam mantos de amizade,
colorindo os fios de lágrimas,
nos sulcos cavados pelo destino...
La, juntos cantam... os sinos e os passarinhos...
13 DE AGOSTO DE 2011 - ENCONTRO MENSAL DA UNIVERSIDADE POPULAR JUVENAL ARDUINI.
A EDUCAÇÃO NOS CAMINHOS DA LIBERTAÇÃO
AVENIDA NOSSA SENHORA DO DESTERRO, 545. CRECHE CORAÇÃO DE MARIA. 13:30
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