sexta-feira, 11 de maio de 2012

POESIA: DEVIR FÊNIX

                    NA CRUZ
                            Jorge Bichuetti

Se me olham e não sabem ver
na coroa de espinhos os brotos
da nova primavera... me verão
caída no abismo mortificado da
lágrima que cai, sangrando entre
o vã desespero e a vil desolação...

Na cruz, porém, desapareço:
viro flor na ponta da lança,
torno-me rebeldia silenciosa
na poesia da ressurreição...

A dor é ferida no corpo da vida;
mas, a vida é lua que gira e volta,
cantando na noite a vela acesa
na encruzilhada onde o vento rodopia
e no redemoinho tece um novo amor...


        AMOR DE PASSARINHO
                                 Jorge Bichuetti

Amo, voando entre a verde relva
e o vento que carrega minhas folhas secas,
que, logo, florescem na magia do orvalho,
canto da aurora no caminho que recomeça...

Amo, voando... sou passarinho
e o tempo que guarda minhas tristes memórias
não sabe que nas asas da ternura, eu renasço
puro esquecimento... nova canção
que embala os espasmo de êxtase do próprio infinito...


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