MAIS DO QUE DEVIA
CONCHA ROUSIA
Quero pedir perdão
por afastar a olhada
das feridas da Terra
que são as minhas e
por afastar a olhada
das feridas da Terra
que são as minhas e
sangram para dentro
Quero pedir perdão
por ter andado errante
por caminhos perdidos
Quero pedir perdão
por ter andado errante
por caminhos perdidos
sem saber que a perdida
era eu, não o caminho e
nem os passos sem destino
Porque não há destino
se não há onde colocá-lo,
Se não há mãe
como pode haver filhos?
Quero pedir perdão à Terra
Porque não há destino
se não há onde colocá-lo,
Se não há mãe
como pode haver filhos?
Quero pedir perdão à Terra
porque descuidei seu ninho
por querer voar
por querer ser passarinho
por querer esquecer
por querer ver um filme
por querer voar
por querer ser passarinho
por querer esquecer
por querer ver um filme
por querer sair da minha vida
que é outro filme que eu
não escolhi nem dirijo...
É por isso que crio ficções
não escolhi nem dirijo...
É por isso que crio ficções
que eu gravo e desgravo
e a cena é toda minha
mas logo descubro
que é tudo mentira
que eu sou mentira
que tu és mentira
que deus é mentira
Olho o céu para ver
onde se enconde a câmara
e atiro pedras às nuvens
mesmo sabendo que eu
tenho telhas de vidro
e que não há saída
eu não temo a morte
mas exijo que ela respeite a vida
a morte tem que aprender a esperar
é para isso que chegamos Nós
os corações que ainda palpitam
mesmo que por vezes fracos
mesmo que soterrados vivos
é por isso que por vezes
escolhamos ir ao cinema
e sair do teatro de sombras
desse sol estrangeiro do que é
tão impossível esconder-se
embora eu sempre consigo
e depois me engano de caminho
e demoro em voltar arrependida
mais do que devia
sempre mais do que devia
FONTE: UM OÁSIS DAS POESIAS PASSARINHEIRAS QUE ADORMECEM NOSSOS PÉS CANSADOS E ACORDAM NOSSOS SONHOS AZUIS...
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Um comentário:
Meu querido amigo, obrigada sempre por me levares ao mundo da utopia onde ainda se pode respirar livremente, agradeço desde o fundo da alma, beijos, Concha
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