Jorge Bichuetti
(poesia dedicado ao companheiro João)
Dói carregar o humano
na aspereza vil da palavra ácida;
na vileza desumana do meu corpo-espinho,
quando o carinho e a amizade o desejava flor...
Dói suportar o desumano
que carrego na pele: crostas indigestas
do homem velho que ainda sou,
quando sonho parir-me novo,
tecer-me no orvalho da ternura
u'a poesia cândida num fraternal abraço...
Dói... e como dói!
Escuto o canto da aurora
que desnuda humano demasiado humano
na desumanidade de tardar tanto
uma radical mudança que me dê
serenidade e paz... para ser mão e alento,
aconchego e um louco amor incondicional...
Dói!... já não quero só ouvir,
eu quero amanhecer canto de passarinho...
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