sexta-feira, 18 de maio de 2012

SOCIEDADE DE AMIGOS: A POESIA DE CONCHA ROUSIA; A FADA PASSARINHEIRA DOS SONHOS AZUIS... MULHER-CAMINHO, CAMINHOS DO PORVIR...

    MAIS DO QUE DEVIA
                 CONCHA ROUSIA

Quero pedir perdão
por afastar a olhada
das feridas da Terra
que são as minhas e
sangram para dentro

Quero pedir perdão

por ter andado errante
por caminhos perdidos
sem saber que a perdida 
era eu, não o caminho e
nem os passos sem destino

Porque não há destino

se não há onde colocá-lo,
Se não há mãe
como pode haver filhos?

Quero pedir perdão à Terra
porque descuidei seu ninho
por querer voar
por querer ser passarinho
por querer esquecer
por querer ver um filme
por querer sair da minha vida
que é outro filme que eu
não escolhi nem dirijo...

É por isso que crio ficções 
que eu gravo e desgravo
e a cena é toda minha 
mas logo descubro 
que é tudo mentira
que eu sou mentira 
que tu és mentira 
que deus é mentira

Olho o céu para ver 
onde se enconde a câmara
e atiro pedras às nuvens 
mesmo sabendo que eu 
tenho telhas de vidro 
e que não há saída
eu não temo a morte
mas exijo que ela respeite a vida
a morte tem que aprender a esperar
é para isso que chegamos Nós
os corações que ainda palpitam
mesmo que por vezes fracos 
mesmo que soterrados vivos
é por isso que por vezes
escolhamos ir ao cinema
e sair do teatro de sombras
desse sol estrangeiro do que é
tão impossível esconder-se
embora eu sempre consigo
e depois me engano de caminho
e demoro em voltar arrependida
mais do que devia
sempre mais do que devia 
 
FONTE: UM OÁSIS DAS POESIAS PASSARINHEIRAS QUE ADORMECEM NOSSOS PÉS CANSADOS E ACORDAM NOSSOS SONHOS AZUIS...
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Um comentário:

Concha Rousia disse...

Meu querido amigo, obrigada sempre por me levares ao mundo da utopia onde ainda se pode respirar livremente, agradeço desde o fundo da alma, beijos, Concha