De Pachamama à Nossa Senhora Aparecida... Afrodite, Minerva, Cibele...
Iemanjá, oxum... Do Rosário, Abadia, Imaculada...
A mulher nunca foi ouvidada , embora inegavelemte a Trindade do pensamento judaico-cristão retirou o elemento femenino e quebrou um equilíbrio, gerando o monópolio do masculino.
Persiste no povo a resistência ou tentativa de redimensionar a vida, dando-lhe novamente a esta a ternura maternal.
León Rozitcherner nos fala deste empobrecimento, e de como o psiquismo passa a viver alheio às suas potências, marcado por esta falta, muito mais significativa...
Construimos um mundo e um pensamento falocêntrico...
A mulher perdeu espaço e foi construída submissa ao poder do falos.
Hoje, com a luta social emancipatória, ela denuncia, ocupa espaço e pare lições...
O que ela pede em sua luta? Dignidade, integridade física e psíquica, respeito, justiça, direitos... Cidadania...
Que lições ela traz?... Infinitas lições...
Amor, ternura, suavidadde, generosidade, lealdade, paz.... Não a guerra, não à violência...
Deleuze-Guattari fala da necessidade do devir mulher, para homens e mulheres.
Isto porque uma ideologia-poder instaura em todos um jeito de viver: todos carecemos do femenino excluído.
Desta potência maternal e guerreira, sensual e afetiva...
A própria sexualidade falocêntrica é deficitária: fugaz, força bruta, insensibilidade...
Ela - sensualidade - que deveria ser o espaço liso do devir carinho, tornou-se orgástica. Os hormônios dominam o cenário e inibem as forças do amor derivarem-se potências de prazer vincular, alegre e vitalizante.
... A mulher resgata na sua luta seus direitos, sua integridade, e libera o socius da sua incapacidade de amar, já que amar é doar-se, integrar-se, é conexão mágica e sublime.
Neste 8 de março, todos devemos lutar, pois o mundo já não se supota: violento, competitivo, de relações utilitárias.. robôtico e instrumental.
O analista e filósofo León - citado anteriormente, diz que o quartenário traduz no imaginário um equilíbrio dinâmico e produtivo.
Precisamos da potências das mudanças...
Das mudanças que nos façam humanos numa humanidade solidária.
Precisamos da mulher... e ela igualmente necessita de descobrir, para que não venha apenas a substituir o homem no comando, mas quem ao se impor e liberar-se o faza, construindo um novo jeito de vier e amar.
2 comentários:
Eu Voltarei
Meu companheiro de vida será um homem corajoso de trabalho, servidor do próximo, honesto e simples, de pensamentos limpos.
Seremos padeiros e teremos padarias. Muitos filhos à nossa volta. Cada nascer de um filho
será marcado com o plantio de uma árvore simbólica.
A árvore de Paulo, a árvore de Manoel, a árvore de Ruth, a árvorede Roseta.
Seremos alegres e estaremos sempre a cantar.
Nossas panificadoras terão feixes de trigo enfeitando suas portas,
teremos uma fazenda e um Horto Florestal.
Plantaremos o mogno, o jacarandá,
o pau-ferro, o pau-brasil, a aroeira, o cedro.
Plantarei árvores para as gerações futuras.
Meus filhos plantarão o trigo e o milho, e serão padeiros.
Terão moinhos e serrarias e panificadoras.
Deixarei no mundo uma vasta descendência de homens
e mulheres, ligados profundamente
ao trabalho e à terra que os ensinarei a amar.
E eu morrerei tranqüilamente dentro de um campo de trigo ou
milharal, ouvindo ao longe o cântico alegre dos ceifeiros.
Eu voltarei...
A pedra do meu túmulo
será enfeitada de espigas de trigo
e cereais quebrados
minha oferta póstuma às formigas
que têm suas casinhas subterra
e aos pássaros cantores
que têm seus ninhos nas altas e floridas
frondes.
Eu voltarei...
Cora Coralina
Como, Samara, é nobre e valioso os poemas de Dona Cora Coralina.... Em muitos momentos, de dor e angústia são eles meus companheiros de estrada. Me animam, alentam, me fazem devir suavidade-guerreira nas floradas dos sonhos jorge
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