JORGE BICHUETTI
Não tenho rumo, leme ou direção.
Sigo com o vento.
Não uso, terno, gravata ou uniforme.
Visto-me de tiras,
fantasias
ou só tinta na pele.
Não tenho pátria,
patrão
ou um anjo guardião.
Sou... um errante,
um errante em busca,
em busca de novidades.
Meu pecado? Não, ó, não!...
Pura obra do destino:
apanhei uma flor no caminho...
Aspirei...
E o seu perfume me enlouqueceu:
agora, uma rosa pulsa no meu peito
e o meu coração
mora na estrada...
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O BAR DA ESQUINA
JORGE BICHUETTI
Um copo de cerveja,
gelada,
refresca o corpo
entorpece os sentidos
liberta a alma.
Uma roda de amigos,
febris,
circula o sangue
asserena as vísceras
pacifica o coração.
Conversa de botequim,
abraço na esquina...
É festa dionísica,
uma romaria de vertigem
e ilusão;
um tagarelar de fuligem
e erosão.
Corroída dos dissabores,
a vida se vê desanuviada
e, apesar do cansaço,
explode ruminares titãs
na alegria de um gol.
OUSADIA SUBLIME
JORGE BICHUETTI
A borboleta rodopia no ar
e eu invejo a sua liberdade.
Ela vai... de flor em flor,
fertiliza a vida e inspira o amor.
Sim, e eu? quando abandonarei
o calor do casulo e a rotina de lagarta?
Um brejo agrega meus fantasmas;
todavia, não desconheço
a existência de uma serra
que me espera
e, nela, encontrarei a transcendência,
a liberdade e a amplidão,
num vôo de condor...
VÔO TRANVERSAL
jorge bichuetti
No cais,
um vento assobia...
Longe, o barco
ondeia.
O mar
cheira mistério...
Chama,, manso;
depois,
engole voraz.
Entre o cais e o mar,
cato contas
conto contos...
Não pego... nem nego
seus encantos, seus lamentos.
A aventura
uiva sedutora,
macia, audaciosa;
depois, diz-se incerteza.
Entre a reta e a curva,
canto a vida
louvo os sonhos
num vôo tranversal...
EU
Jorge Bichuetti
Eu não me encontro.
Sempre não estou;
saí, me perdi e um outro,
pronto, já se instalou...
Assim, mora em mim
uma multidão...
Ora, o eu implode
e dos nós desatados
emergem o Nós ocultado;
ora, o eu se expande
e novos Nós me encantam,
de imediato, já os sou.
Quem sou eu?
Nada e tudo...
Todos e ninguém...
Muitos...
Tantos...
... e são tantos e tantos
que agora não tenho um retrato,
borboleteio nas caras
do infinito.
7 comentários:
Sim, são tantos voce e tantos que me fez perder o coração.Não sei onde ele está batendo...pouquinho, cansado.
Sinto medo de dizer mais. Não sei como está sua sensibilidade. De
Meu coração está no caminho da luta, do sonho e de desejo de me reinventar todo dia: solitário e terno, gneroso e libertário.
Os tantos e tantos se encontram na utopia ativa de que um outro mundo é possível... jorge
Jorge, q linda a poesia "Nômade", linda! Bjo, Andréia
Andréia, todos estamos esperando suas poesias que nos alimentam a ousadia de viver, semeando resistências e sonhos. beijos jorge
Meu Jorge,
Teremos um outro mundo?Iremos nos encontrar em outras paradas?
Eu pertenço aos tantos e tantos e não o deixarei solitário.De
Os encontros que potencializam a vida se dão na alegria de seguir, sonhando e realizando, hoje o amanhã...
Um gesto de solidariedade...
Um sorriso de ternura...
uma ação libertária de acolhimento dos que estão excluídos e marginalizados...
Um canto de esperança...
Uma palavra de compaixão...
Uma doação de bondade...
Tudo que renova a vida são territórios onde os encontros podem criar o maior vínculo: a amizade...
abraços jorge
Dr. Jorge,
Territórios, passagem e quem sabe a felicidade de não perdermos de vista
aqueles que nos despertam o amor, a amizade, a gratidão...eternamente.
Nossa casa é o universo por onde canta feliz nossa alma. Sim é o grande esforço da evolução.
Deus nos abençoe.De
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