domingo, 21 de março de 2010

QUAL O SENTIDO DA VIDA?

                                                     A VIDA E O SEU SENTIDO

                                                                                       Jorge Bichuetti


“Existirmos a que será que se destina?” - a pergunta ressoa na cantiga e nela encontramos a mesma indagação que roubou o sono de filósofos e do homem comum.
Na clínica, comumente, assusta-nos a angustiante exclamação: a minha vida não tem sentido!...
... Mas afinal, qual é o sentido da vida?
Geralmente, desconhecemos o sentido da vida quando apenas a percebemos naquilo que somos afetados pela vida. E desvelamos o oculto sentido da vida quando descobrimos na consciência da realidade que nos cerca o desejo de afetar a vida, transformando-a.
Vemos meninos sendo queimados. Tochas vivas. Vida humana degradada. E preferimos fechar os olhos. Nada pensar; nada fazer... Ruminamos: é a delinqüência e o tráfico...
Outros, anestesiam-se e proclamam: aconteceu, longe de mim.
Cruzamos na rua com o olhar de fome e esquecendo que vivemos num país do exploração, corrupção, contenção de políticas sociais e desemprego, dizemos: é vadiagem, plantando dá...
Todavia, nunca escutamos a fala dos que lutam pela vida e proclamam o direito de se viver, produzindo na vida um sentido para a existência ao descobrirem na lágrima dos oprimidos o pranto da vida, da vida que se quer feliz e se sonha fraterna.
Afetamos e somos afetados - por tudo, em tudo. O individualismo é uma ilusão que acoberta um jeito de se agrupar. Um jeito de se relacionar onde cegos, nada vemos; surdos, nada escutamos; e paralíticos, nada fazemos pelo outro. Cuidamos de nós... deixando para Deus a obrigação de se preocupar com o outro.
Até o dia em que o outro somos nós.
Porém, ainda hoje, podemos acordar e varrendo o pó do comodismo, indagar sobre os nossos deveres.
“Sois Deuses” - ressoa a palavra profética da Bíblia.
Criamos e recriamos a cada segundo, o mundo em que vivemos.
Podemos mudá-lo. Transformá-lo. Dá-lo “o mesmo gosto da aurora” (Thiago de Mello).
Diante daqueles que perguntam: qual o sentido da vida?... Recordamos Lancetti e seu trabalho pioneiro em Santos. Lá, transformaram em cinco anos um hospício de violência e desumanização num trabalho de reabilitação do homem, e ele clarifica-nos os caminhos da nossa relação com a vida, dizendo que se tanto foi possível, foi por terem a cidadania como princípio ético-ontológico e a solidariedade como modus operandi.
Se pensarmos, assim, a vida tendo por pilares cidadania e solidariedade, saberemos descobrir na condição de agentes da mudança n sentidos para a vida, e a vida, igualmente, haverá de descobrir em nós outros n sentidos para nossa existência e aí, nós cantaremos com Thiago de Mello: “Fica decretado, por definição, que o homem é um animal que ama e por isso é belo, muito mais belo que a estrela da manhã”

5 comentários:

Samara Dairel Ribeiro disse...

Semente do Amanhã
Gonzaguinha

Ontem um menino que brincava me falou
que hoje é semente do amanhã...

Para não ter medo que este tempo vai passar...
Não se desespere não, nem pare de sonhar

Nunca se entregue, nasça sempre com as manhãs...
Deixe a luz do sol brilhar no céu do seu olhar!
Fé na vida, fé no homem, fé no que virá!

Nós podemos tudo,
Nós podemos mais,
Vamos lá fazer o que será!

Bj, Samara.

Jorge Bichuetti - Utopia Ativa disse...

Somos sementes do amanhã...
Não percebemos, mas vamos trazandorumos:
para a vida, para o mundo,
para nós,
para o planeta...
Semeemos, então, paz e solidariedade, ternura e liberdade.
abraços jorge

Anônimo disse...

Amor/Paixão

Tenho sonhos de pecados,
coisas proibidas,
mas se bem analisados,
não são sonhos.
São desejos do coração,
bem vivos,
quase afagos em minhas mãos.

Desejo você no café
depois de acordar...nos seus braços.
Quero você no banheiro,
e vê-lo pelo espelho.
Seu beijo de despedida, embalando-me o dia inteiro.

Quero suas aflições e seus sonhos,
suas dores e seu sorriso, a doce respiração do seu sono,
sua preguiça e seu brilho.

Quero cuidar-lhe...
dar-lhe banho de perfume,
cortar-lhe as unhas e,
na embriaguês do ciúme...

...afundar na sua cama,
abraçar seu travesseiro,
proteger-lhe do frio,
enxugar seu suor,
e sorver suas lágrimas,
mornas...
doce desvario.

Quero estudar seu corpo
com as minhas mãos
e com a minha boca.
Sua pele arrepiada,
seu coração disparado,
eu quase louca.

Desejo sentir
que não lhe deixo sozinho,
que preocupo com seus espirros,
sua cabeça em meu colo,
seu rosto sob meus carinhos,
sua barba crescida
arranhando meu corpo,
seu olhar profundo
se fechando devagarinho. De

Anônimo disse...

A vida é uma escola, com direito a passar de ano quando desvestirmos esse uniforme da terra.Simples.

Jorge Bichuetti - Utopia Ativa disse...

Amigo, talvez os surrealistas tinham algo de profetas: devemos tomar o céu de assalto. Como? vivendo-o aqui, e mudando o modo de ser e sentir como se deixássemos nossas relações se plenificarem na ternura das estrelas e no clarão do luar com a solidariedade do sol.
Somos Deuses... se muito amamos.
abraços jorge