sábado, 9 de abril de 2011

DIARIO DE BORDO: SOB O CÉU ESTRELADO...

                                              Jorge Bichuetti

Noite, Céu estrelado. O pé de romã florido e limoeiro cheio de frutos me contam que no silêncio da noite, há vidas e elas me fazem companhia.. A pequena Lua , corajosa e fiel, despertou com o seu paizinho; porém o instinto animal, não reprimido, lhe levou de volta para os braços dos anjos que se enrolam nos nossos lençóis...
Hoje, é dia de Universidade Popular: nossa Upop-JA... Dia de alegria e ternura, amizade e criatividade, conhecimento e utopia; novas produções...
Ontem, antes de adormecer pela tarde, para poder trabalhar na madrugada, conversamos, descontraídos, sobre os ismos... Na contemporaneidade, há no ar uma certa vergonha dos ismos...
Dizíamos , alegres: não quero o ismo do egoísmo, do fascismo, do nazismo, do stalinismo, do autoritarismo, do narcisismo, do machismo, do servilismo...
todos reconheciam, estamos negando as flores do nosso jardim; não é porque semeamos e cultivamos um jardim eclético e heterodoxo, que não curtiremos a beleza das flores que nos vitalizam... Amo os ismos  do marxismo, do surrealismo, do trotskismo, do guevarismo, do anarquismo, do institucionalismo, do modernismo poético, da dos meus rosismos ( Rosa, a rosa vermelha de Luxemburgo e a mineiridade do Guimarães, Rosa-Travessia, e a verde -rosa da mangueira , de igual, me encanta); do ecologismo, do humanismo, do existencialismo, dos ismos que tragam flores e borboletas da meu jardim da produção de vida...
Sartre e Bauman, de mãos dadas; Deleuze-Guattari aos beijos com nossos singelos Paulo Freire, Milton Santos, Boal, Darcy Ribeiro, Löwy, e Patativa do Assaré...
Lispector e Cora Coralina, Pessoa e Lorca juntos de de Benedetti, Octavio Paz, Gabriel Garcia, Neruda...
é melhor escutar nossa Mercedes e dizer: eu tenho tantos irmãos que os posso cantar... é irmã mulher-moça que se chama Liberdade...
A ideia de caixa-de-ferramentas é rica e libertadora.. Evita os sectarismos, as ortodoxias, as petulantes seitas e igrejinhas da exclusão...
Troca-se a filosofia do não que dava o conhecimento nascendo da negação de um dado conhecimento e instaura os roubos, as conexões, os diálogos... o conhecimento nascendo dos es e dos entres quando não precisa jogar no lixo o outro, compõe, reinventa, dialoga e da diversidade surge uma hipercomplexidade flexível e mutante...
Como devemos à Michel Foucault! dele, nos vem a ideia de se montar dispositivos de produção afirmativa da vida, da subjetivação, do novo radical: novo modo de existir e uma ética; um cuidar de si e um cuidar da vida...
Um vida performática... um agir com arte...
Uma pajelança com filosofia e tecnologia; um filosofar com versos e pincéis, com matas e passarinhos...
Um pensar, um intervir, um existir de inclusão...
Criemos vida e reafirmemos a vida com práticas clínicas, sociais, epistemológicas, pedagógicas e existenciais se dando como práticas de inclusão,
A vida floresce na composição, na cooperação, na partilha... A solidariedade é o novo sujeito das revoluções, individuais e coletivas...  A esfera do comum é hoje um campo da diversidade; aí, nasce o homem novo...

2 comentários:

Tânia Marques disse...

Jorge, assim como tu tão bem expressaste, sou louca pelos mesmo ismos que te fazem uma pessoa sensível, responsável, idealista e verdadeiramente fantástica. Tu és uma pessoa de sentimentos nobres e de uma inteligência suprema. Aceita o meu carinho e os meus ternos e fortes abraços. Beijão!

Jorge Bichuetti - Utopia Ativa disse...

Tânia, querida, não é preciosa a ideia do Foucault de caixa-de--ferra,emtas; vamos compondo com ismos, istas e ades... mil modos de viver e agir.. Lhe adoro, com carinho; jorge