quinta-feira, 28 de abril de 2011

ESQUIZOANÁLISE E ESQUIZODRAMA: NOVOS HORIZONTES...

                                                         Jorge Bichuetti

A esquizoanálise e o esquizodrama são campos da vida instituinte... Modos de pensar e agir que negam o funcionamento paranóico. A vida se dando nas imediações do absolutismos da verdade única e totalizante e a a vida se afirmando na negação do outro. Os és... que restringem, reduzem, absotissam sendo substuidos pela conjunção e e pela compreensão de que para o bem e para o mal a ideia de autoria passa pela negação do vida se germinando no entre das relações e dos encontros...
Assim, o vemos: Deleuze e Guattari afirmarem que nunca romperam com Marx, Freud e Sartre, Espinoza, Nietzsche... Conjugaram e compuseram e colocaram em cena outros tantos: Artaud, Pasolini, Bergson, Joyce, Kafka, Proust, e outros es incontáveis, inclusive o saber popular...
Ecléticos, heterodoxos... roubam ideias e imagens, aqui e acolá, bricolando-as numa processo de percutirem-as, fazendo-as funcionarem num cenário de afirmação da vida e do devir...
Rizoma, multiplicidade... Linhas e fluxos da vida e a vida sem uma centralidade que a domine e a condicione com realidade fundante.
Todas as linhas da vida são valiosos percursos da produção do novo das subjetivações libertárias, de vida não-fascista...
Num mundo cinzento, de repetições e de evitação do novo, emergem como um insurgente interlocutor da diferença, da singularidade, do devir, da impermanência, da mudança, do novo... Da vida que supera a coisificação e ganha alteridade da produção desejante, nas linhas de fuga...
Produção desejante: fim da dicotomia excludente entre desejo e produção. Apolo e Dionísio... E deste encontro, ambos, desejo e produção, renascem reinventados: o desejo já não a lástima da falta, a eterna infelicidade pela incompletude, pela ausência do objeto desejado, pela castração. O desejo é excesso, abundância, e se deseja um conjunto - geografia e história, não um objeto, que acaba quando vivido, o desejo objetal, coisificando o outro e anulando a vivência do prazer e do amor como encontro; é um desejo que se sustenta na alegria dos bons encontros e que potencializam a vida singularizante e da cor a própria subjetividade livre. E a produção já, também, não somente a produção de bens para o mercado, a produção de um valor de troca, é produção criativa e artística de bens e vida, vida de bens e bens para a vida.
Linha de fuga - é a utopia ativa. A mudança no hoje com a invenção molecular de modos de viver e existir onde se escamoteia a vigilância dos registros e controles normativos e repressivos e se instaura experimentos de vida inovadora, o novo nos interstícios da vida.
E para eles, a revolução molecular não é outra... é imanente à revolução molar.
São uma nova ética e uma nova estética... Subjetivações libertárias. Dispositivos de produção de vida nova.
Tudo é visto pela visão arborescente: o ser humano, a sociedade e a vida  como árvores que se explicam e funcionam autoreprodutivamente, perpetuando-se, pela ordenações da raíz...
Eles viram a força do rizoma... a vida fluindo na heterogeneidade, diversidade, multiplicidades...
E viram o movimento... Nada está dado para sempre, tudo move-se e move... Subsidiam, assim, um pensar e um intervir, e um existir, onde ativamente passamos a agenciar os movimentos, produzindo o novo, e buscando alisar a vida na seus estriamentos que são construções histórica-sociais, de evitação da mudança, do novo, do devir...
Abrem-se para o que nos revela e nos modifica o ato de se permitir vida de experimentações.
E o esquizodrama - é uma ferramewnta de intervenção baseado no que um corpo que se liberado dos estriamentos e desterritorializado experimenta e nas experimentaçõesse acerca dos devires. Esquizodrama - drama do devir... Arte, um brincar, umexperimentar para que desabroche o que pode um corpo...
Não o corpo servil, mercadoria coisificada e aleienada, o corpo das experimentações que mediatizado pela arte, pela desterritorialização, pelo brincar, pelo outrar-se aventura-se corpo nômade... Corpo da vida.
Guimarães Rosa já esquiozoanalizava: o homem é travessia...

2 comentários:

Tânia Marques disse...

Guattari e Deleuze devem estar aplaudindo você. Bem legal isso, de deixar essas questões bem claras, antes do Congresso.Beijos

Jorge Bichuetti - Utopia Ativa disse...

Tânia, e peço sua ajuda. Não gostei do texto: um pouco pensado, queria um texto para que quem não os conhecem, se sentíssem com desejo de abraçá-los, Abraços ternos, Jorge