sábado, 2 de abril de 2011

POESIA: LÁGRIMAS E FLORES...

                                    ESTE MEDO...
                                                 Jorge Bichuetti

Chove vendavais...
Mortes
canibais
na avenida...
o medo
troveja
no meu peito
que sangra
lágrimas
de agonia
de terror
de morte
nua
crua...
Chove... e ninguém
para este canhão;
ninguém...
nenhum não...
nenhuma oração...
Só o gemido
a dor
a fome
a guerra
a Terra
as cinzas
de um sonho
que eu não quero
ver morrer..


                                SOLIDÃO
                                             Jorge Bichuetti
Teu braço teu abraço
teus beijos desejos
tuas flores carinhos
nada... nem teu amor
me tira da solidão...

não sobrevivo longe
dos pássaros cantantes
das árvores floridas
do povo na praça
raça... eu, centelha
na multidão...














                                   MEUS CARINHOS
                                                           Jorge Bichuetti

Ando cheio de carinhos guardados;
meu peito se tornou um grande baú,
esperando com flores tua chegada...

Meu corpo tropeça,  todo sedento,
nos meus próprios sonhos; ardentes,
mas, lamentos, na saudade, alucinados...

O amor sapateia sobre minha tumba
e me desperta vendo-te do meu lado,
como se para ele, bastasse u'a  miragem

e a ilusão tornaria, assim, uma realidade...

A paixão é a própria loucura encantada
e o sonho vivo nas nuvens da alvorada...

Já minha dor é uma lúcida ferida, uma
navalhada diária na carne e uma cicatriz,
vida, paixão e morte do amor... na saudade.


                                MEU JEITO DE AMAR
                                                       Jorge Bichuetti

meu amor é um bicho estranho
com a leve suavidade das flores
e a volúpia ardente dos animais...

meu amor é seda, maciez de lã,
e com uma nuvem, vã andarilha,
ele ganha uma forma no teu olhar,

se me vês na doçura de um menino,
ele é a travessura de um carinho;
porém, se me olhas e enxergas
o guerreiro, ele arde, é fogieira
cujas chamas aquecem teu corpo
e o meu... num incendiário êxtase...








                                   A ARTE DE AMAR
                                                      Jorge Bichuetti

amar é um fruto que se descobre
no outro corpo; e é, também, u'a flor
que se germina no roçar da pele e da
alma; pela fusão de desejos e sonhos,
num encontro do sol com a primavera...

4 comentários:

Josiane Souza disse...

AMOR LIVRE

O amo porque não o tenho!
Pois se o tivesse, não o amaria.
Tê-lo faria com que deixaste de ser amor e se tornasse propriedade.
Não amamos nossa propriedade!
Temos por ela apego e dependência.
...Só amamos o que nos apresenta como livre, o que nos foge ao controle.
Daí amar Deus...
Daí amar a Vida...
Daí amar você!

Jorge Bichuetti - Utopia Ativa disse...

Jo, cada vez, mais minha poetiza dos versos encantados... Lindíssima poesia, sua emoção é vida, borboleteando nas terras do amanhã... Abraços com ternura, Jorge

Unknown disse...

Belíssimas poesias, tantos as suas, Jorge, quanto as de Josiane Souza!!!

"meu peito se tornou um grande baú,
esperando com flores tua chegada..."

"Daí amar Deus...
Daí amar a Vida...
Daí amar você!"

Abraços,
Flávia

Unknown disse...


Belíssimas poesias, tantos as suas, Jorge, quanto as de Josiane Souza!!!

"meu peito se tornou um grande baú,
esperando com flores tua chegada..."

"Daí amar Deus...
Daí amar a Vida...
Daí amar você!"

Abraços,
Flávia