O rio não morre no mar; ali, ele renasce oceano. Transvaloração; novas formações da vida , mutações no bailarino eterno retorno...
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O casulo se rompe na emergência inovadora da borboleta que voa com seus sonhos de flor e liberdade...
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Nas crises, o casulo se despedaça; porém, a borbolea pulsa num inovador voo...
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Tamborins, cuícas e surdos, um pandeiro... No cavaquinho, um solo...
A alegria é como o samba: rítmo, dança e harmonia.
Um bom encontro...
Na avenida, se a tristeza atravessa, a vida desanda...
A repressão azeda o carnaval... e acinzenta o céu azul anil da liberdade, estupra a mãe gentil e arquiva no porão a ética espinoziana.
O samba, então, desarticulado vê o povo esperando a auro com os gemidos de um chorinho.
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O riso é a insurgência dos deuses que se cansam da fé carpideira.
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As verdes matas suspiram indigentes; já não sabem se os homens as querem ar puro, ou se as esqueceram, embriagados pela fumaça do óleo diesel e anestesiados pelas nuvens de gás lagrimogênio.
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A paixão é o delírio que nasce entre o desejo e o amor.
A ternura e a cumplicidade - argamassa, vinculação... Alicerce; caminho-ação...
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Paradoxos do cotidiano: como o diabo é o cão, se o cão é um deus?
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A amizade é uma multidão de estrelas numa noite escura. Vela, caravela...
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Sertão e mar, cerrado e floresta, favela e megalópoles: brasis... multi-diversidades sob a luz do mesmo cruzeiro do sul.
Assim, não podemos nos negar: tolerância ilimitada, inserção e inclusão, diferença - ouro pretoe pau-brasil. Manga rosa e sabiá... pardais...
Brasil: engenhoca do devir...diga não à violência: direitos humanos, sim; tortura nunca mais...
2 comentários:
VIOLÊNCIA TOCA VIOLA
Quando a violência bate à porta, atenda com viola
Quando a viola anuncia a violência, atenda com risada
Quando a risada balbucia a violência, atenda com charada
Quando a charada aveluda a violência, atenda com Prada
A viola canta coração
A risada encanta oração
A charada imanta ação
A Prada ilude a razão
Violência que arranca a violeta do jardim
Violência que comprime a margem do rego
Violência que espreme a asa da borboleta
Violência que imprime sangue na folha...
Transforma a Mãe Natureza
Em mãe-cuidado
Em mãe-sabedoria
Em mão que anuncia!
Sumaia, belíssimma poesia: suas mãos tecem a másica da aurora.
Abraços com carinho; Jorge Bichuetti
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