O super-homem de Nietzsche não é uma vida bélica, destrutiva do outro; é a vida que se afirma superando seus próprios limites e os limites externos, vida se inventa na afirmação da potência singularizante dos desejos e sonhos.
Discute-se hoje e, exaustivamente, o bullyng: estigma, marginalização, corpo e alma seviciado pelos microfascismos que exclui, humilha, inibe, maltrata, discrimina e marginaliza...
E como não se medicaliza a crueldade da chibata nem as chagas da senzala, temos que pensar noutras alternativas...
A inclusão social deixou de ser uma bandeira política; tornou-se uma necessidade clínica, pedagógica, social e política...
Precisamos :
... de uma escola inclusiva,
... de uma rua inclusiva,
... de um lar inclusivo,
... de uma cidade inclusiva,
... de uma cultura inclusiva,
... de um socius inclusivo.
Inclusão é inserção social de singularidades: é preciso fazer caber na vida as vidas diferente, a diferença.
Neste panorama, cabe re-tomar Nietzsche para que compreendamos nossas ações e não façamos uma inclusão diferencial, inclusão é cidadania plena.
Nietzsche nos auxilia desvelando que vida social se dava mediante relações de dominação e subordinação. Diante delas, nos movemos com um funcionamento ativo ou reativo.
O bullyng, claramente, é um funcionamento reativo, formatado por degradantes e desumanizantes relações de dominação que imprime no corpo uma subordinação passiva que acumula angústia, medo, desvalia e rejeição de si e do mundo; que nunca vemos, até a hora da fatalidade: uma explosão ou uma implosão... Um assassinato ou um suicídio... No meio, uma multidão de dores e micro-violências...
Que inventaremos? Trocar os pólos não soluciona... permanecemos na dicotomia vítima -algoz.
Assim, ousamos dizer que há uma relação não descrita no diagrama nietzscheano: as relações de afirmação da vida singular e plural, da vida como potência de alegria e solidariedade...
O que exige quebrar as verticalidades opressivas e as horizontalidades uniformizantes...
Criar espaços de transversalidade.
Bullyng se combate com direitos humanos e direito à diferença...
E ele é superado pela reinvenção da vida e do socius com a produção de relações de afirmação - ética, estética, expressiva, artística e existenciais, da vida singular... Da diferença que ganha espaço de ser, viver e existir, afirmativamente.
Assim, coletivamente, deixaremos o bullyng nos museus onde jazem as memórias da vida fascista.
6 comentários:
Uma verdadeira aula de filosofia ... sua contextualização é perfeita, contextualizada de verdades e criticidade.
Isto resume tudo:
"Bullyng se combate com direitos humanos e direito à diferença ..."
jorge aprendo a escrever com a esquerda... necessidade . extrai muito de suas palavras hoje. gracias a la vida que nos há dado tanto sartre nietzsche spinoza vento sol lua poesia filosofia romance pra ler ciencia tinta argila formao pra esculpir duas mãos amigos sonhos utopias e tanto mais. sonhei com pão de queijo... daqueles q so tem no triangulo mineiro . por enquanto sem acento e sem maiúscula. beijo marta
Paulo, que alegria!... o bullyng é o velho estigma: se lutamos pela vida de alegria e diversidade, ele dilui no meio das esquicitices da vida. Somos singulares... e a vida é bela na pluralidade.
abraços comc carinho; Jorge
Marta, que bom vê-la com a alegria da escrita mágica: intempestiva e de mineiridade.
Amiga, abraços com carinho, jorge
Essa é uma briga minha também, porque o ambiente escolar está impregnado de bullying e já o sofri na pele, sei bem como são as consequências. Tenho vários textos escritos por mim em meus blogs, exatamente sobre esse assuntos e também faço quase uma militância em sala de aula contra vários preconceitos, bullying, homofobia, etc. Beijo, amigo!
Tânia, somente a vontade libertária nos dará um novo horizonte.
Abraços com carinho e ternura; beijos... jorge
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