A SOLIDÃO DO CURIÓ
Jorge Bichuetti
O curió canta encantado
na soleira da casa,
agora, abandonada;
ali, ele viu no passado
os jardins floridos do amor
e os sonhos pueris dos pequenos -
passarinhos humanos,
que cirandavam de alegria
na vida de riso e fantasia...
O tempo passou... A casa, ali,
ficou... só e assombrada por
teias do ontem preservado
na memória das ruínas
arqueológicas das trágicas
mudanças no campo devastado
pela industrialização campestre
que despovoou o rancho e inundou
de indigências as pobres favelas...
Agora, só o curió canta...
AFRICANEIDADE
Jorge Bichuetti
meu corpo pau seco
fogo incendeia
chama fogueira
meu corpo ave ninho
acolhe chocadeira
germinação sideral
espaço estelar baila
pele negra áfrica
canta dança cativeiro
meu corpo voo - adeus:
liberdade mandingueira
SENSUALIDADE PRIMAVERIL
Jorge Bichuetti
Um garoto moleque
mora no fundo do quintal
da minha alma
onde brinca de deus
bricolando o verde e o animal
nos meus sonhos
desejos
crepitantes
fagulhas da fogueira
festa e ciranda
sensual...
POEMETOS
POEMETO DESTEMIDO
Jorge Bichuetti
O barco nas ondas vorazes
não pode recuar;
entre a areia e o horizonte,
há o mar...
POEMETO SENTIMENTAL
Jorge Bichuetti
Sementes do amor,
serenata de ardor:
flores na janela,
abrem na noite
a brisa da aurora...
POEMETO DA MARÉ
Jorge Bichuetti
O que fazer
se a maré
me leva... leva,
eu vou... vou
pra outros mares
outras poesias
outras tempestades...
quarta-feira, 25 de maio de 2011
Assinar:
Postar comentários (Atom)
2 comentários:
Depois de minhas leituras no quintal e de escrever meus poemas desta madrugada vim te ler, e achei sincronia nos nossos textos, os cantos, os pássaros, e os passados que não passam... Um prazer começar o dia aqui, deixo um abraço, ainda com a música da melra do meu quintal, Concha
Concha, teu quintal tem a formosura das poesias que voam nas nuvens e pousam nas estrelas... Um carinhoso abraço, que sempre cante a melra dos teus madrigaois... Abraços com ternura; Jorge bichuetti
Postar um comentário