sexta-feira, 4 de novembro de 2011

POESIA: TRAVESSURAS DO AMOR

                   FLECHA PERDIDA
                          Jorge Bichuetti

Uma flecha vinda do Panteão Celestial,
erma e sem direção, caiu no meu quintal...


Menino travesso, quis, logo, brincar e
lançando-a ao acaso, flechei meu coração...


Agora, febril e delirante, já não brinco...
Fico entre as roseiras, escravo das paixões:
amo com loucura, amores de perdição;
pois, nunca acerto o alvo, a flecha me encantou,
fazendo-me ávido de toda e qualquer paixão...


           SOLITÁRIA INDECISÃO
                                         Jorge Bichuetti

Quis o olhar de Maria;
de Sofia, os doces lábios...


Os seios de Flora me encantou;
já de lucília eu quis os pés...


Querendo tanto, e todas, 
passei a vida na janela...


Agora, cego, nem sei
onde anda os encantos
das moças que via tão belas...


Só vejo um lindo anjo,
cujo encanto é u'a flor
e u'a enigmática vela...

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