domingo, 29 de abril de 2012

VETA, DILMA!!!

                      Jorge Bichuetti


Ser cidadão é assumir que agindo ou omitindo, somos protagonista de um tempo...
Há tempos que a cidadania nos é roubada...
E há outros tempos que acorrentados no fatalismo e na comodação, delegamos nosa cidadania aos que alojam-se no poder...
Há um poder no estado instiuído; e há um poder andarilho no povo que é voz e expressão, potência de agir ou omitir, sempre sendo o base do caminho ético ou dos desvarios treloucados do poder corrupto...
Ai, está...
Queremos sustentabilidade: matas, riachos e rios; bichos, nossa passarada...
Ou nada disso nos importa...
Eu quero minhas matas... meus rios e riachos... não vivo sem o canto dos meus pasarinhos...
Assim, diante da irrespoinsabilidade histórica do Congresso Nacional, que votou o Código Florestal com espírito sanguinário dos que almejam a ganância, devastando a vida do seu belo verdejar...
Rios e riachos foram condenados... Querem o deserto... o aquecimento global... a Terra falida...
Silenciar é ser cúmplice dos crimes ecológicos do Código Florestal...
Deste modo, sejamos dignos, gritemos: VETA, DILMA!!!



VETA, DILMA!!!


DIÁRIO DE BORDO: MADRUGADA; CHEIRO DE JASMIN..

                                      Jorge Bichuetti

Noite estrelada... Cheiro de Jasmim... Lua no céu entre miríades de estrelas cintilantes... Eu, aqui... entre o sereno e os álamos... Minha Luinha teima e me acompanha... Ela vê a vida e não se intimida: quer viver - cada momento, cada segundo...
Aspiro o ar da madrugada e penso: a vida é um silencioso movimento, um bailado de versos que moram no coração das coisas... O vento assobia uma cantiga de ninar; mas, o sono se foi... Ficaram os sonhos...
O silêncio da madrugada é casa de cheia de lembranças...
Recordo, pouco a pouco, as serestas do ontem; as poesias perdidas nos livros guardados no baú do tempo...
A vida nos ensina através das cantigas do silêncio...
A palavra fotografa a vida... roubando-lhe a beleza e a altivez do seu movimento...
A vida baila: na quietude, valsa... Nos atropelos da velocidade, samba...
Trapezista, valsa e samba nas trilhas das lutas cotidianas... como valsa e samba nos voos transversais dos sonhos...
Amiga da alegria, ela eca, acolhedora, tristezas e lágrimas...
Irmã da esperança, ela alvorece... Amanhece vida nova...
Há sempre na vida um clamor por mudanças: movimento criativo de novos caminhos, novos horizontes...
É a dança do vento no coração do tempo...
Não desanima... Resiste, insurge, rebela-se... tem ânsia do novo nas asas que nos permitem voar sobre abismos...
Os abismos aterrorizam... Os tememos...
Neles, moram os monstros da destrutividade...
No voo, a invenção criativa do novo: o devir, nossos eus não-paridos...
A fuligem da mesmice asfixia a vida... Nos entorpece; nos paralisa...
Mas, o mundo odeia o novo... ele se quer permanência, estabilidade, status quo...
O novo amplifica nossa capacidade de viver e existir.. 
Na escuridão, acende velas na imensidão e o céu estrelado fala do que pode o azul do horizonte...
Na aridez dos dias duros, é a poesia da água que nos esperam nos arbustos do sertão...
Viver é reinventar-se na coragem de desbravar no caminho o que pode a vida nos trinados da ternura e nos batuques da compaixão...
A melodia da vida é o salto... O salto vitalizante, o salto inovador...
A maior da vida é a nossa acomodação, covardia... servidão e indiferença... um stacato...
A vida se plenifica nas trincheiras da luta...
Luta pela vida, da vida, na vida... Um mergulho no infinito criando fontes e pontes; cais e ninhos... Um não à morte civil; um sim à vida de ousadia que experimenta o amor, a partilha... o riso e dança... a poesia e o sonho...
De braços cruzados, na ladeira da autodestrutividade... vegetamos hipnotizados pelos abismos.
Voando com as asas dos sonhos, potencializamos na esperança nossa capacidade de na vida parir o novo...
Um ir além, um ser mais...
"Felicidade se acha é em horinhas de descuido" - dizia Guimarães Rosa...
Deixemos, então, as margens do caminho... as bordas do abismo... Voemos e busquemos nas horinhas de descuido encontrar a felicidade, entre flores que brotam teimosas entre pedras... Afirmando que sempre podemos ir além, ser mais... parindo o novo no ventre germinativo do caminho...


POESIA: MENINOS NA RUA, DEUSES NO LUAR...

   MENINOS E DEUSES
                      Jorge Bichuetti


um menino girando a bola
no drible seco e elegante;
deuses bailando no luar e
tecendo do vento paixões...


o mundo é o bailado das
folhas secas que adubam
no chão e no céu, flores
de u'a nova, terna estação...


a vida se dá no entre da
alegria, menince faceira e
a magia do destino, jogo
dos fluxos cósmicos, no


caminho, trilha da aurora...


                              ORAÇÃO AO VENTO
                                               Jorge Bichuetti


Vento,
que baila e caminha,
morando alhures, além..
trazes com teu carinho
os germes da alegria e
um pouco de poesia... como
se acendesse uma vela
nas caplelas dos corações,
onde deuses e meninos
cirandam o canto da vida
na melodia dos amanhãs...


BONS ENCONTROS: A LEI MARIA DA PENHA E OS DIREITOS DAS MULHERES; CORDEL...

LEI MARIA DA PENHA EM CORDEL:


PELOS DIREITOS DAS MULHERES:



AVE, VIDA... DIRETOS HUMANOS E CIDADANIA...


SOCIEDADE DE AMIGOS: A POESIA DE PAULO CECÍLIO

A ROTA
Paulo Cecílio

saibas que habito
 
sob a rota de aviões
 
e que na quinta-feira

 
de braços abertos
 
costas coladas ao chao
 
sobre as hortelãs do terreiro

 
fiquei guardando
 
somando destinos
 
aos que viajam sonhando

 
nas aguias de aço
 
que passam como charutos
 
levitando sonholentos navegantes

 
saibas que habito
 
sob a rota de aviões
 
e que na quinta-feira

 
meus olhos que voam
 
viram navegando tua aeronave
 
tão solta e linda quanto teus cabelos

 
e fostes deixando
 
novamente entre nós o mar
 
eu aqui: braços abertos prêsos ao chão
 

MESTRES DO CAMINHO: FLUXOS LIBERTÁRIOS

                REFLEXÕES:


- "A liberdade é a possibilidade do isolamento. Se te é impossível viver só, nasceste escravo."
Fernando Pessoa


- "Não quero nunca renunciar à liberdade deliciosa de me enganar."
 Che Guevara

- "Liberdade significa responsabilidade. É por isso que tanta gente tem medo dela."
George Bernard Shaw



  UNIVERDADE POPULAR JUVENAL ARDUINI - A EDUCAÇÃO NO CAMINHO DA LIBERTAÇÃO...


ENCONTRO MENSAL: 12 DE MAIO DE 2012
GRUPOS DE ESTUDOS: 8 DE MAIO DE 2012 ( OBRA DE JUVENAL ARDUINI E DEPENDÊNCIA QUÍMICA...

sexta-feira, 27 de abril de 2012

AMOR E VIDA: MALENA MUYALA; CANÇÕES E POESIAS...

Há um céu
no teus olhos negros:
noite estrelada...


Há um arco-íris
na tua pele macia:
cio do luar...

Há tanto amor
no teu coração florido:
primavera sideral...

Há o amor,
caminho e sonho:
aurora que me desperta
num terno delírio
de magia, somos sereia e mar...


                              jorge Bichuetti


Não paremos no beco, sigamos 
novos caminhos... o amor é luz,
vela acesa... que quando queimada
já volta a ser claridade terna, nem pode
ser ninho e cais... E a vida é tão somente
um valente navegar, um brejeiro voo
no bailado das estrelas que se enamoram
do luar: este mago do amor, florido no orgasmo
dos que felizes são... vadiando no infinito
e roçando a imensidão num cálido êxtase
de ser um... atado suavemente no silêncio, de mãos dadas...

           jorge bichuetti



ENTRE PEDRAS, FLORES...


POESIA: NA LINHA DO HORIZONTE; ENTRE RIOS, VERDEJA O MAR

     NA LINHA DO HORIZONTE
                          Jorge Bichuetti

Eu, menino-guerreiro, caminho
pelos morros e ladeiras do sonho
onde floresce na linha do horizonte
meu amor, amor de passarinho... voo
nas asas azuis da liberdade... poesia
na magia cósmica da ternura visceral...

Eu, menino, brinco nas nuvens:
sou pipa... estrela e luar, o sol na aurora,
um cisco de esperança na canção do vento
que tece nas linhas do tempo as cores e o cheiro
da aurora... entre flores, sereno e serestas, eu sou
a metamorfose no casulo, 
a valsa dos deuses no circo
das travessuras rebeldes, 
a paixão no cio das primaveras,
o livro de rabiscos e linhas 
que circulam na roda da utopia,
escrevendo o porvir 
que habita as íris dos enlouquecidos e santos...
Eu sou a relva 
do céu que germina entre lírios nos charcos do mundo...


                               O MAR
                                     Jorge Bichuetti

o mar chora
no encanto das sereias;
o mar chora
na saudade das nascentes
que brotam nas matas e caminham,
carregando nas folhas secas
a memória da primavera
que canta e baila, florescendo co'a vida...


o mar chora...
ele é a imensidão
dada pela entrega amorosa
de rios e riachos
que azulam a vida,
se aridez não os secam...
se a ganância não os matam...

o rio e o riacho
no útero da floresta
são... o embrião do mar,
na mina onde o infinito
fecunda o verdejar dos campos,
o canto da passarada e a poesia da cascata...


o mar chora...
a vida chora...
temem o inclemência do machado,
temem um mundo de cinzas, cimentado
no concreto apocalíptico dos fosséis
que guardarão no nada o verde e as flores 
da vida em gestação no coração das florestas...



VETA, DILMA!!!


BONS ENCONTROS: GALEANO E OS CAMINHOS DO SUL

O Uruguai, por Eduardo Galeano

Até um certo momento o Uruguai só era mencionado no Brasil por duas coisas: ricos iam se divorciar e/ou casar e ter lua-de-mel em Punta del Este e pela derrota no fatídico dia 16 de julho de 1950 para a seleção Uruguai no Maracanã, de virada, na Copa do Mundo feita para o Brasil ser campeão. Alguns haviam passado por Montevidéu e diziam que ficava a meio caminho entre Porto Alegre e Buenos Aires.

“Os uruguaios temos certa tendência a crer que nosso país existe, embora o mundo não o perceba”, diz Galeano. “Os grandes meios de comunicação, aqueles que têm influência universal, jamais mencionam esta nação pequenina e perdida ao sul do mapa.”

Um país de poucos milhões de habitantes que, como diz ele, tem população similar a alguns bairros das grandes cidades do mundo, mas que provocaria algumas surpresas para quem se arriscasse a chegar por ali.


Um país que aboliu os castigos corporais nas escolas 120 anos antes da Grã-Bretanha. O Uruguai adotou a jornada de trabalho de oito horas um ano antes dos Estados Unidos e quatro anos antes da França. Teve lei do divórcio setenta anos antes da Espanha e voto feminino quatorze anos antes da França.

O Uruguai teve proporcionalmente o maior exílio durante a ditadura militar, em comparação com sua população. Assim, tem cinco vezes mais terra do que a Holanda e cinco vezes menos habitantes. Tem mais terra cultivável que o Japão e uma população quarenta vezes menor.

O país ficou relegado a uma população escassa e envelhecida. Tristemente Galeano diz que “poucas crianças nascem, nas ruas vêem-se mais cadeiras de rodas do que carrinhos de nenês”.

Ainda assim, Galeano consigna bons motivos para gostar do seu país: “Durante a ditadura militar, não houve no Uruguai nem um só intelectual importante, nem um só cientista relevante, nem um só artista representativo, único que fosse, disposto a aplaudir os mandões. E nos tempos que correm, já na democracia, o Uruguai foi o único país do mundo que derrotou as privatizações em consulta popular: no plebiscito de fins de 92, 72% dos uruguaios decidiram que os serviços essenciais continuaram sendo públicos. A notícia não mereceu sequer uma linha na imprensa mundial, embora se constituísse numa insólita prova de senso comum.” Talvez por esses “maus exemplos” tentam desconhecer o Uruguai, apesar da insistência dos uruguaios de afirmar que seu país existe.

Por tudo isso, Galeno se orgulha do seu “paisito”, “este paradoxal país onde nasci e tornaria a nascer”. 

FONTE: EMIR SADER; CARTA MAIOR


SOCIEDADE DE AMIGOS: A POESIA ESTELAR DE PAULO CECÍLIO


TRISTE
 
 
sou de mim mesmo  
uma lenda sem nome  
pois que porto algum me viu um dia

 
amanheço  
ainda com o sabor  
das estrelas de abril  
até que meu deserto entre

todo dia faço um sonho
 
que é colhido ainda moço 
como um pessegueiro decepado,
 
 
com suas flores meninas... 

 
sou de mim mesmo  
uma lenda sem nome  
pois que porto algum me viu um dia 

navegando suave brisa 
tecendo palavras que choram  
em minha embarcação eterna... 

o aperto da mão tristeza  
sufoca o ar dos mares vazios  
profundos das lágrimas minhas

sopro minhas velas brancas  
pra velejar veloz mais que o tempo  
pois que senão pereço, se ouço o som que sai 

 
dos meus olhos de menino... 
faço-me rustico grosseiro  
avilto meu próprios sonhos  
porque destino, a gente faz um pouquinho
 
 
 o resto ele faz da gente...
 
 
 

MESTRES DO CAMINHO: O MAGO DA LIBERDADE; JOHN LENNON

                          REFLEXÕES:


- "Amo a liberdade, por isso deixo as coisas que amo livres. Se elas voltarem é porque as conquistei. Se não voltarem é porque nunca as possuí."

 - "Quando fizeres algo nobre e belo e ninguém notar, não fique triste. Pois o sol toda manhã faz um lindo espetáculo e no entanto, a maioria da platéia ainda dorme..."

- "Eu tenho o maior medo desse negócio de ser normal."

                 JOHN LENNON


quarta-feira, 25 de abril de 2012

DIÁRIO DE BORDO: A ALEGRIA MÁGICA DO VENTO...

                     Jorge Bichuetti

Caminho, voo... Meus sonhos não se calam... minha esperança não se intimida... minha vida nunca se dá longe da aurora... Amanhecendo, renasço... 
No quintal, o céu azul... o voo e o canto dos passarinhos... Meu corpo mergulhado no orvalho... meu coração, passagem nas andanças do vento... Assim, me teço, me refaço... Esqueço o ontem; e me arrepio com a textura de ternura e compaixão que me anuncia o que pode a vida desacorrentada, vida no vento caçando audaciosa os acordes do amanhã...
Viver é deglutir o tempo, bailar livre nos caminhos de coragem e valentia do destemido vento...
( Tomo meu café... aspiro o cheiro da terra molhada... Escuto Luinha, que nada fala; contudo, tudo me diz com seus olhinhos de carinho e amar.)
Talvez, para uma pequena criança - um singelo e sensível animalzinho de Deus, não seja fácil perceber que as tristezas e dores não necessariamente uma negação soberana da capacidade de criar, sustentar, propagar a alegria...
O vento leva as folhas secas... trazem adubo e sementes, são agenciadores da fecundação revitalizadora da vida...
Aprendi a escutá-lo... Com o vento, me descubro nas potências do infinito e das pedras miúdinhas do caminho...
A alegria é conexão desejante com a vida que sonha e se renova, reinventando-se na alquimia revolucionária das insurgentes utopias.
Filha dos sonhos... é espera ativa... espera em movimento... espera em luta... espera andarilha...
O vento canta sua canção e bailando na poesia da sua esperança ativa me descubro guerreiro: vida que suporta dissabores, vida que fabrica caminhos de alegria e paz...
Como alegrar-se sob o impacto das dolorosas lágrimas da vida na queda, na guerra, na enfermidade, da miséria, na exclusão, na morte civil?
A luta pela alegria e pela vida de inclusão e amor é caminho: resistência rebelde que potencializa nossas existências...
A alegria convive com o sofrimento, quando não somos protagonista ou servos das dores, nossas e do mundo...
As lágrimas não deixam de cair... Chovem tempestuosas...
Mas, se somos cúmplices da liberdade e do amor, da paz e da ternura, da suavidade e dos sonhos, carregamos lágrimas... porém, não nos identificamos nem somos por elas capturados... Não somos a lágrima no fel da opressão... somos a lágrima na oração da vida que é luta por alegria...
Viver alegre é domar nossos calvários, cultivando hortos floridos na poesia da solidariedade e na magia caminhante da humanidade rebelada.
Podemos cantar... Cantos de resistência e de profecia: indignação ativa e porvires antecipados...
Retomemos Sartre: não somos o fazem de nós, somos o fazemos do que nos toca, afeta e incomoda...
Resgatemos Dom Hélder: uma gota d'água pode refletir o céu estrelado...
Alegremo-nos no caminho de vida do Subcomandante Insurgente Marcos: " Não é necessário conquistar o mundo. Basta fazê-lo novo. Hoje. Nós."



POESIA: O ESPELHO E O BAÚ

           ESTE ESPELHO
                       Jorge Bichuetti


Este espelho cristalino e mudo, reflete as minhas rugas;
porém, nunca consegue ver as flores e os sonhos que germinam
nestas covas do tempo... que rasgando meu corpo abriram no meu caminho
a suavidade e a leveza de seguir, voando nos cálidos abraços do vento...

Este espelho cristalino e mudo, nunca saberá
que não matando o tempo me deu asas de passarinho e novos sonhos:
- sonhos de vida na curva do rio que carrega minhas folhas secas,
caminhando com alegria para o grande encontro final,
para o dia que meu corpo que barco e e viagem possa com o mar
ir-se, buscando a paz nas entranhas carinhosas
que pulsam no azul do céu... como moram na vertigem das estrelas cadentes,
risco da vida no brilho reluzente dos passam, ficando,
dos que amam, se dando... dos que cantam, como a cigarra,
na alegria vivida sem medo ou preguiça de ser
a magia da vida germinada no cio cósmico da ternura
que fecham as cortinas da ilusão no ato de ir-se no caminho
ondeando no azulinfinito um perene recomeçar...


       NAQUELE BAÚ
                     Jorge Bichuetti

 Naquele baú perdido, na encruzilhada, estão
 meus velhos e esquecidos escritos: mágoas,
 tristezas, desencantos... uma e outra lágrima...

 O baú ri de mim... Eu, o lamento; mas, não
 o temo... pois, se ele é um bufão da mi'a vida de rei;
 eu, agora, nada tenho para ali buscar, pois, sigo
menino que voa para o porvir, tendo do baú perdido a chave...



...

MESTRES DO CAMINHO: NIETZSCHE E O CAMINHO DA ESTRELA

                          REFLEXÕES:

- "Quanto mais nos elevamos, menores parecemos aos olhos daqueles que não sabem voar." (Nietzsche)

BONS ENCONTROS: LINHAS PARA UMA EXISTÊNCIA DE ALEGRIA E PAZ; GABRIEL GARCÍA MARQUEZ

13 Linhas Para Viver

1. Gosto de você não por quem você é, mas por quem sou quando estou contigo.

2. Ninguém merece tuas lágrimas, e quem as merece não te fará chorar.
3. Só porque alguém não te ama como você quer, não significa que este alguém não te ame com todo o seu ser.
4. Um verdadeiro amigo é quem te pega pela mão e te toca o coração.
5. A pior forma de sentir falta de alguém é estar sentado a seu lado e saber que nunca vai poder tê-lo.
6. Nunca deixes de sorrir, nem mesmo quando estiver triste, porque nunca se sabe quem pode se apaixonar por teu sorriso.
7. Pode ser que você seja somente uma pessoa para o mundo, mas para uma pessoa você seja o mundo.
8. Não passe o tempo com alguém que não esteja disposto a passar o tempo contigo.
9. Quem sabe Deus queira que você conheça muita gente errada antes que conheças a pessoa certa, para que quando afinal conheça esta pessoa saibas estar agradecido.
10. Não chores porque já terminou, sorria porque aconteceu.
11. Sempre haverá gente que te machuque, assim que o que você tem que fazer é seguir confiando e só ser mais cuidadoso em quem você confia duas vezes.
12. Converta-se em uma pessoa melhor e tenha certeza de saber quem você é antes de conhecer alguém e esperar que essa pessoa saiba quem você é.
13. Não se esforce tanto, as melhores coisas acontecem quando menos esperamos.
 
                       Gabriel García Marquez

terça-feira, 24 de abril de 2012

POESIA: MIRAGENS DA PAIXÃO NOS VENTOS DA LIBERDADE...

                FLORES NAS NUVENS
                               Jorge Bichuetti

Flores estelares, no azul, nuvens
bailam entre a chuva e o arco-íris:
a vida clareia na tempestade, 
onde no escuro do tempo
encontro o brilho das águas 
que caindo, voam e fecundam
o coração menino do infinito 
que mora no chão e no céu,
galopando no cavalo do destino 
cuja passos escrevem poesias, 
desenhando um novo dia... como se tecesse asas,
pontes e fontes... sonhos; heras de alegria
no caminho da nossa soberana destinação...


Somos sementes e caminhos; 
um canto... ninho
na travessia, um salto sobre o abismo, 
um mergulho no oceano 
que acolhe meu barco, vida à deriva
entre a magia das cores... 
e o invisível plasma ondeado
das minhas poéticas e tresloucadas paixões...


       OS CASULOS
                   Jorge Bichuetti

Casulos de pedra, cimentados
ou nos rodopios do vazio, me adormecem
e, louco, então, deixo morrer
as borboletas que me encantam,
bruxas lunares dos meus sonhos de menino...

Eu quero voar... assim, hei de depositar meu cansaço
nos casulos de renda, de relva e de orvalho...
Só, assim, viverei meus sonhos de borboletas
no jardim encantado das ternas primaveras
que rompendo as muralhas do tempo, desconhecem
começos e fins, o tudo e o nada... florescem
na audácia do voo, cantantes e bailarinas,
como se horizonte azul fosse tão somente
a frágil teto de um suave e vadio circo mágico...


SOCIEDADE DE AMIGOS: UM VOO NA TRANSVERSAL DO TEMPO; A POESIA DE PAULO CECÍLIO

MAS
Paulo Cecilio

 
queria 
 
ficar aqui 
 
entre voces  
 
quieto sem dor 
 
acenar com os olhos 
 
ainda por um instante 
 
piscar com suas íris antes 
 
de esquecer o que  nunca tive...


MESTRES DO CAMINHO: ENTRE LIÇÕES QUE DESPERTAM A VIDA...

                        REFLEXÕES:


- "Esses que puxam conversa sobre se chove ou não chove - não poderão ir para o Céu! Lá faz sempre bom tempo..."Mário Quintana

- "O amor é grande e cabe nesta janela sobre o mar. O mar é grande e cabe na cama e no colchão de amar. O amor é grande e cabe no breve espaço de beijar." Carlos Drummond de Andrade

- "Nossas vidas começam a terminar no dia em que permanecemos em silêncio sobre as coisas que importam."Martin Luther King





ESPACIO UTOPIA ACTIVA: EL POETA NICANOR PARRA; UNA SONRISA EN LOS NIDOS DE LAS PALABRAS...

                               reflexiones de Nicanor Parra, el poeta antepoeta... el maestro sonriente entre palabras y silencio:


- "Ya no pedimos pan, techo, ni abrigo, nos conformamos con un poco de aire excelencia".

- "Creemos ser país y la verdad es que somos apenas paisaje."

- "¡Para qué hemos nacido como hombres. Si nos dan una muerte de animales!"

- "La izquierda y la derecha unidas jamás serán vencidas."

-  "Pensamientos

Qué es el hombre
                                se pregunta Pascal:
Una potencia de exponente cero.
Nada
            si se compara con el todo
Todo
          si se compara con la nada:
Nacimiento más muerte:
Ruido multiplicado por silencio:
Medio aritmético entre el todo y la nada."


          POESÍAS DE NICANOR PARRA:


EL PREMIO MIGUEL CERVANTES:

segunda-feira, 23 de abril de 2012

DIÁRIO DE BORDO: MEUS PASSARINHOS. O CANTO DA VIDA...

                               Jorge Bichuetti

Acordei com os passarinhos... Cedo, antes do sol... O café quente me temperou, dando-me um pouco de realidade; pois, nos álamos e na roseira, no limoeiro e nos pássaros, tudo orvalhava vida, vida de sonhos permanentes... Como se o infinito não fora nada mais do que um azulado livro de poesias...
A vida canta... Há uma poesia em cada canto da vida... Há en-cantos...
A tristeza e o desalento são invenções humanas que teimam na sustentação da miséria e da tirania.
A revolução permanente é o canto da vida.
Tudo muda; move-se... voa e brilha...
O riso e a lágrima são pulsações do infinito que percutem nossa pele, germinando a dança da coragem e da ousadia... Já a depressão é o império da paralisia. Arame que nos cerca e cerceia... nos inibe nos mortifica... nos mergulha no pântano da desilusão... Então, sofremos... perdemos o canto da vida que é passos no caminho; luta... teimosia da aurora na sua louca mania de dourar as manhãs com sonhos azuis e cheiro de mato...
Se queremos saúde, precisamos de garantir no nosso mundo íntimo a sustentabilidade psíquica do sonhar e ser sonhável... Assim, ensina-nos Mia Couto, mestre africano...
O porvir só é um tempo depois do hoje, porque deixamos o mundo mergulhar o nosso agora no nevoeiro de cinzas da vida podada, ave de asas feridas nos redemoinhos da mesmice que para o vento... adormece o tempo... e invisibiliza os sonhos...
Se deixamos de sonhar, vegetamos... Já não voamos, engaiolados pelo medo...
Que fazer?... Construamos uma muralha de alegria, esperança e audácia... Livres, então, da paralisia, sigamos...
Andarilhos que pisam no horizonte dos sonhos busquemos hoje, agora, o amanhã... Aprendemos a amanhecer, sonhando... Aprendamos a sonhar, amanhecendo...
Para viver feliz, surfando nos ventos do amor, urge que saibamos exorcizar o tempo... Desgarrar-se do passado, reinventar o destino... Renascer a cada minuto, explorando nossa vida de multiplicidades... Singularizando-nos com a fortaleza de quem desapega-se do rebanho para ser um entre na ternura e na compaixão da caminhada... vida de humanidade...
Lá fora, a dor da opressão, da exploração e da mistificação perverte o mundo... e o torna mundo injusto, violento e banal...
Crua realidade que faz a vida tremer ante os espasmos de rebeldia e indignação do infinito que é a um só tempo: vida parideira e vida passarinheira, vida de amor...
Somente, a humanidade rebelada resgata nossa humanidade, nosso dignidade de filhos da imensidão...
Com o peso do corpo ferido, penso... e, me vejo sentindo na pele, e não mais só na razão lúcida: eu quero voar, brilhar, sonhar, amar... viver verdejante no broto novo das matas; azulíneo nos sonhos azuis do horizonte, vermelho nas paixões do luar, menino no brincar do vento, verso de poesia no céu estrelado que reflete no chão iluminando as gotas de lama... e abrindo clareiras e clarões nos caminhos da humanidade que se permite humanidade generosa e de partilha... uma andarilha no navegar das ondas do mar...
Aposentemos as chibatas... despertemos o desejo e a vontade de ir pelo caminho, amando e borboleteando... na aventura de parir-se novo... fazendo juntos um novo mundo, o mundo liberto, o mundo da magia e da poesia... o mundo da cidadania plena e da irrestrita solidariedade...