NO ESCURO
Jorge Bichuetti
No escuro, a vida titubeia:
... no meio da veia há
o sangue que ferve no medo,
prelúdio da coragem
que num salto de gato
acende u' a vela... arma trincheiras... canta
no luar o céu estrelado... farol da escuridão,
vida de resistência
na boêmia esperança do
caminho, sol nascente...
canto de espera
pela vida teimosa que clareia... clareiras,
novo ânimo,
sonhos nas floradas...
assim,
a poesia no beco tece
pontes e fontes;
um tempo de suavidade no sereno da aurora...
DE NOITE...
Jorge Bichuetti
De noite, a solidão silencia
a voz do horizonte...
só se escuta
as pulsações de paixão,
acordes tristes de um coração...
De noite, é tempo de poesia, tempo
de magia... flores na capela do infinito
que antecipa a aurora... e, longe, canta:
as visões da utopia,
o renascer guerreiro da própria alegria...
De noite, a vida faísca entre
os becos nostálgicos do que vivido foi
e os voos da vida nova que germina
a sementeira do porvir
na aurora orvalhada que fora amanhece,
mas que dentro corre no bailado dos glóbulos vermelhos,
fertilidade da da horta...
onde trigos e flores,
estrelas e ervas verdejantes
pulsam e bailam, carregando o ovo da vida,
sonhos de meninos, passarinhos e guerreiros,
fazendo do corpo
um sacro e profano
altar da natureza, lascas do infinito
no coração do povo...
domingo, 22 de abril de 2012
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