Miro o céu e entre o azul anil e as nuvens, sinto que o horizonte é o analisador do caminho...
Há caminhos e caminhos... Montanhosos, íngremes... Ladeiras, despenhadeiros... Cheio de curvas; sem saídas - fechado em si mesmo...
Se viver é caminhar, a vida que levamos se desvela no horizonte... Ali, acha-se inscrito o rumo, a direção da nossa existência.
Muitas vezes, a ansiedade de chegar ou o deleite com os frutos da margem, nos cegam... e não percebemos, então, que o caminho percorrido não guarda valor quando sentido e vivido na métrica dos nossos desejos e sonhos...
Outras vezes, nos descobrimos em caminhos que não nos lesam... contudo, lesam, danificam, mortificam a vida da humanidade a própria natureza, a nossa Mãe Gaia.
Caminhar é necessário... Somos do caminho...
Mas, é imprescindível que tenhamos consciência de que o caminho percorrido vai, pouco a pouco, tecendo nosso psiquismo, nossas pulsações e nosso destino...
Há caminhos degradantes e paralisantes...
Há caminhos libertários e vitalizantes...
O destino não é um jogo de azar; é o horizonte e a perspectiva do nosso caminho elegido.
Quando nos comprometemos com a vida, a afirmamos num caminho de produção de vida; de negação da morte incrustada na opressão e na exploração...
Nunca caminhamos só... A solidão absoluta é uma pueril abstração... Assim, somos afetados e afetamos os que partilham conosco a mesma caminhada...
Podemos no medo seguir o caminho das vitórias falsas e das glórias artificiais... Logo, a depressão nos chegará revelando a incapacidade do nosso caminho oportunista em nos oferecer vida nova e plena...
Podemos eleger um caminho individualista... imediatamente, nos veremos na contramão da história, com a humanidade clamando e denunciando a indignidade da nossa escolha...
O caminho da libertação é dialogal, crítico, solidário, emancipatório... Gera partilha... fomenta ternura e cumplicidade... nos subjetiva generosos e amigos... amigos do outro e da vida...
E, assim, mais do caminhar, passamos a ser na vida caminho que seduz e agrega, criando uma humanidade rebelada na audácia do amor...
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