sexta-feira, 20 de abril de 2012

MESTRES DO CAMINHO: CORA CORALINA, A PATATIVA DO CERRADO NUMA PRECE TECIDA ENTRE A NASCENTE E O BARRO...

“Humildade
            Cora Coralina

Senhor, fazei com que eu aceite
minha pobreza tal como sempre foi.

Que não sinta o que não tenho.

Não lamente o que podia ter
e se perdeu por caminhos errados
e nunca mais voltou.

Dai, Senhor, que minha humildade

seja como a chuva desejada
caindo mansa,
longa noite escura
numa terra sedenta
e num telhado velho.

Que eu possa agradecer a Vós,

minha cama estreita,
minhas coisinhas pobres,
minha casa de chão,
pedras e tábuas remontadas.
E ter sempre um feixe de lenha
debaixo do meu fogão de taipa,
e acender, eu mesma,
o fogo alegre da minha casa
na manhã de um novo dia que começa.”


2 comentários:

paulo cecilio disse...

Impressionante: CORA SEMPRE ME CORA DE PAIXÃO...

Jorge Bichuetti - Utopia Ativa disse...

PAULO, ELA É UM ANJO NAS VESTE DE ALGUNS VERSOS; UMA MULHER, NO PULSAR DE NOVOS CAMINHOS... UMA ESTRELAS ENTRE AS PEDRAS DA GOIÁS VELHA; UMA FLOR SO INFINITO NO CORAÇÃO DA VIDA: ABRAÕPOS TERNOS, JORGE