Meu coração andou pelo quintal com a ânsia de ouvir no vento a voz poética do infinito...
No céu, entre nuvens, a Lua Cheia cantava cirandas de amor... os álamos orvalhados se postavam guerreiros...
Um mimoso cacho de rosas brancas me pedia coragem e teimosia, arte de seguir...ziguezagueando, porém, ir-se pelos caminhos da vida ... Entre a lágrima do corpo e voo da filosofia, optei: quis um café... O tomei como se fosse a minha cachaça de sonhador...
Olhei o telefone consertado... vi as horas: me contive... telefonar na madrugada é correr o risco de quebrar os encantos dos sonhos...
Só, vi... a brisa fria do outono me pedia o retorno aos cobertores... Abraço técnico que nos faz sentir querido e presente...
Necessito urgentemente de aprender a querer; viver doando-se... ser no caminho partilha e ternura...
A espera do que os outros podem realizarem em nós e por nós, muitas vezes, nos desconecta do que podemos criar, inventar, desfrutar...
Amar é ato ativo... não é reação passiva...
Dar-se é afirmação ética da solidariedade...
Partilhar é revolucionar os rumos da história e da própria vida...
Quase sempre, somos mendigos existenciais...
Queremos receber... Esperamos passivos e pacatos... Não tomamos a iniciativa de bailar no caminho no compasso da ternura e da compaixão...
Idolatramos deuses nos altares; negando-nos a ser a mão que age, acolhedora, presentificando-os na poeira do mundo...
Viver é reinventar-se na alegria de tecer bons encontros...
Viver é enluarar-se sob nuvens tempestades, amenizando os rigores da solidão e da angústia... é ser caminho de esperança na fecundidade da aurora...
2 comentários:
Linda reflexão. Um abraço♥
Rosi, com carinho meus abraços na ternura azul do horizonte... abs ternos, jorge
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